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Saúde

Pesquisas mostram que atividade física é melhor que remédio para tratar dores crônicas

Neurologista especialista em dor explica quais são as melhores estratégias de tratamento para os pacientes fugirem dos medicamentos

Redação Jornal de Brasília

18/10/2023 9h32

Estudo alarmante revela que mais da metade da população brasileira não pratica atividades físicas regularmente

Pacientes que sofrem com dores crônicas decorrentes de fibromialgia e lombalgia crônica têm, por vezes, dificuldade em manter uma rotina ativa. Isso porque dores crônicas como estas requerem um tratamento complexo e a maioria dos pacientes também costuma ter rigidez muscular e dor após esforço físico. Muitos pacientes fazem uso exclusivo de terapia medicamentosa, mas uma análise feita pela Liga Europeia contra o Reumatismo mostra que a principal indicação para o tratamento de dor crônica é a prática de atividade física.

Foram avaliados quase 3 mil artigos científicos e foram avaliados e a conclusão foi que o tratamento inicial desses pacientes já deve ser sem o uso de medicamentos, investindo primeiramente em exercício físico, aeróbico e muscular. Caso as medidas não sejam bem-sucedidas, medicamentos devem ser incluídos. A conclusão é clara: “Manter-se ativo mesmo com dor é melhor do que entrar em repouso. Ou seja, estando com dor, tem que mexer. Tá em crise? Exercício leve. Ficar parado é o contraindicado”, explica o neurologista Márcio Siega, fundador da Clínica Modula Dor.

Isso porque, uma única sessão de exercício aumenta a produção de substâncias que levam a inibição transitória da dor e o exercício repetido produz um efeito de longa duração. O neurologista da Modula Dor conta quais são as três ferramentas principais na hora de tentar combater dores crônicas:

  • Exercício físico:
    Principalmente os aeróbicos como caminhada, corrida, natação, dança e outros. “Muitos pacientes estão sedentários no momento do diagnóstico, então orientamos começar de forma leve e aumentar gradualmente, no máximo de dias que conseguir. Mas, o recomendado é, no mínimo, 150 minutos por semana para alcançar um resultado”, explica Siega, que lembra que os exercícios de força podem ser recomendados adicionalmente, mas nunca em detrimento do aeróbico.

  • Psicoeducação:
    O nome assusta, mas é basicamente informação. “A gente explica para o paciente que permanecer ativo, mesmo com dor, é fundamental. Explicar a doença, os detalhes do diagnóstico e as opções de tratamento mudam o entendimento sobre a própria doença”, comenta o neurologista. Nesse caso, é um trabalho de conscientização para que o paciente invista em hábitos saudáveis desde a alimentação, prática de exercícios até um sono adequado. “A gente trabalha o medo que o paciente tem do próprio processo do tratamento, de sentir dores, até de se mover e também desfazemos os mitos e crenças que limitam a plena recuperação, por isso o tempo de atendimento dedicado a esses pacientes precisa ser maior”, aponta.

  • Práticas alternativas:
    Outras práticas alternativas, ou tratamentos multicomponentes, podem ser usados para ajudar na reabilitação do paciente. “Cada técnica, individualmente, pode até não trazer uma resposta considerável, mas em combinação com outras trazem um resultado significativo e com comprovação científica”, explica Siega. Além dos exercícios supervisionados, o médico indica acupuntura, massagem terapêutica, balneoterapia (especialmente com água quente), terapia cognitivo comportamental, fisioterapia miofascial, hidroterapia, hipnoterapia, meditação para redução do estresse, biofeedback, mindfulness, ioga, estimulação cerebral transcraniana, Laserterapia e estimulação elétrica transcutânea. “Quanto mais opções o paciente realiza concomitantemente, melhor o resultado. Na Modula Dor, a grande maioria desse tratamento é disponibilizada com o nome de Modulação Neural da Dor, em 30 sessões a serem realizadas num prazo de 6 meses e cada sessão tem duração de 1 hora”, explica.

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