Menu
Saúde

Especialista explica riscos neurológicos da picada de escorpião

Segundo o especialista, para se prevenir da picada, é importante evitar os ambientes propícios ao escorpião

Redação Jornal de Brasília

14/04/2023 12h57

Você conhece os riscos da picada do escorpião? Para além da dor e dos sintomas que já são bastante conhecidos, como coceira e até febre, a picada desse animal tem riscos ainda mais sérios. 

De acordo com o PhD em Neurociências e Biólogo, Fabiano de Abreu, o veneno do escorpião é produzido em glândulas localizadas na porção distal da cauda (télson). É composto de polipeptídeos solúveis em água de vários pesos moleculares baixos que possuem propriedades enzimáticas e pró-inflamatórias. 

“A toxina estimula o fenômeno inflamatório por meio da estimulação em cascata da liberação de citocinas, que também irão regular e amplificar a resposta imune. Destacam-se dois grupos dessas substâncias, as que desencadeiam e sustentam a inflamação como a interleucina (IL)-1?, IL-6, IL-8 e o fator de necrose tumoral (TNF)-alfa, enquanto outras se opõem, contrabalançando a ação do anteriores como IL-4 e IL-10. O equilíbrio das respostas pró e anti-inflamatórias dependerá das manifestações clínicas da intoxicação”, explica. 

O mais grave, segundo Fabiano ainda pode estar por vir. “Em casos graves, o aumento da atividade simpática, como hipertensão, arritmias e insuficiência cardíaca, torna-se predominante. A ativação do sistema nervoso periférico causa diferentes síndromes neuromusculares.  Movimentos anormais ou paralisia em diferentes níveis”, conta.

Fabiano também brincou que “o escorpião é animal artrópode de mais de 400 milhões de anos e está mais presente em nosso meio já que se adaptam muito fácil ao nosso meio. Ele são resistentes como as baratas, ou seja, se ocorrer um apocalipse, eles estão mais seguros que nós e para melhorar, se alimentam de baratas.”

Segundo o especialista, para se prevenir da picada, é importante evitar os ambientes propícios ao escorpião, como material de construção, madeiras, entulhos, que possam servir de abrigo. 

“O escorpião tem hábito noturno, período no qual ocorrem a maioria dos acidentes. Recomenda-se impedir o seu acesso através de frechas de janelas e ralos, fechando as janelas e observando se há por onde entrar, assim como ralos que possam ser fechados. Eles se alimentam de baratas, evitar que as tenha em casa. Também é importante sempre observar o sapato que vai calçar, também cuidado ao colocar as mãos em caixas, entulhos e na toalha que vai usar”, disse. 

Fabiano também disse que os escorpiões estão em todos os continentes menos na Antártida. 

“O escorpião tem alta capacidade de reprodução. No Brasil, o escorpião Tityus serrulatus, o escorpião amarelo, está cada vez mais nos ambientes onde os humanos vivem. E é um dos mais perigos. Uma outra curiosidade é que ele não precisa de macho ou fêmea para reprodução, basta um indivíduo”, disse. 

Mas, o que fazer em casos de picada? Segundo o especialista, caso seja picada, a pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital. 

Os casos em adultos são mais leves, já  crianças podem evoluir com quadros leves, mas de forma moderada e grave a piora pode se dar em menos de duas horas. 

Sintomas do envenenamento 

– Dor forte;

– Dor imediata; 

– Sensação de ardência ou agulhada;

Depois 

– Agitação ou sonolência; 

– Suor intenso; 

– Aumento da salivação; 

– Náuseas;

– Vômitos; 

– Aumento da frequência cardíaca; 

– Dificuldade de respirar.

Sobre Fabiano de Abreu

Foto: Divulgação

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA), Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro Mensa, Intertel e TNS.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado