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Saúde

Endoscopistas de Brasília recebem capacitação para realizar cirurgia por endoscopia

Treinamento será realizado pela WGO, no Hospital Santa Helena, na Asa Norte

Redação Jornal de Brasília

29/09/2023 6h15

Por Carolina Freitas
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O centro de treinamento da World Gastroenterology Organisation (WGO), vinculado aos hospitais da Rede Dor, em Brasília, realiza capacitação, amanhã (30), no Hospital Santa Helena, na Asa Norte, sobre um novo tratamento para o refluxo gastroesofágico, efetuado através de uma cirurgia por endoscopia.

O novo tratamento, já realizado nos Estados Unidos, e em outros estados do Brasil, como em São Paulo, chega a Brasília com um segundo ciclo de treinamentos pela WGO, sob coordenação do Dr Flávio Ejima. Na ocasião, 15 médicos endoscopistas vão receber qualificação de forma gratuita para que o Distrito Federal passe a oferecer a cirurgia por endoscopia para o tratamento de refluxo.

O procedimento representa uma evolução para o tratamento do refluxo crônico no Brasil, com baixo risco de complicações, e pouco invasivo. Ao Jornal de Brasília, o cirurgião, endoscopista e palestrante do treinamento, Hugo Guedes, explica que 80% dos pacientes que já passaram pelo método sentem melhoras significativas, até 10 anos depois da cirurgia por endoscopia.

Hugo Guedes, cirurgião e Endoscopista pela USP, Doutor em Clínica Cirúrgica pela USP, Presidente do núcleo jovem da sociedade brasileira de endoscopia digestiva (sobed) e Endoscopista Intervencionista do Hospital DF Star e Sírio-libanês

“A cirurgia por endoscopia é uma cirurgia sem incisões abdominais. Nesse caso, ocorre um acesso cirúrgico mais simples, sendo pela boca, sem cortes na barriga. Dessa forma, fazemos com que a cirurgia seja muito mais tranquila, e com menos desconforto. Com isso, ocorre também uma recuperação mais rápida. Na prática um paciente que tem uma ficha típica de refluxo e que precisa fazer uma investigação, ou até aquele que já tem o diagnóstico e faz uso de protetores gástricos por muito tempo pode verificar junto ao seu endoscopista a possibilidade de fazer a cirurgia por endoscopia.”, explica o Dr Guedes.

Para que o paciente possa fazer uso do TIF – Transoral Incisionless Fundoplication, nome do procedimento, o mesmo não pode ter grandes falhas na anatomia, entre o esôfago e o estômago. “Caso o paciente tenha uma hérnia de hiato, que é uma alteração muito comum nos pacientes que têm refluxo, esse paciente terá que fazer a cirurgia convencional, mas caso ele não tenha a hérnia de hiato ele é candidato ao TIF”, completa o Dr Guedes.

A implantação pode ser feita por médicos endoscopistas e por cirurgiões que também tenham treinamento endoscópico. Na prática, será usado um dispositivo que impede a passagem do refluxo ácido do estômago para o esôfago.

“Basicamente a diferença entre a cirurgia convencional e a cirurgia por endoscopia é que na segunda nós fazemos uso da válvula parcial, e não total, e dessa forma ajuda o paciente a ter menos efeitos adversos da cirurgia, como uma dificuldade para engolir depois. Dessa forma a cirurgia é mais rápida, durando cerca de 40 minutos, com tempo de anestesia menor”, finaliza o Dr Guedes.

De acordo com especialistas, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) atinge cerca de 30% da população adulta brasileira. Uma dessas pessoas é o ex-presidente Jair Bolsonaro, no qual passou pelo procedimento de cirurgia por endoscopia para tratar o refluxo no dia 12 de setembro, em São Paulo.

Os principais sintomas do refluxo são: azia, sensação de retorno do alimento ao esôfago, pigarro, dor na garganta, tosse e queimação. Mas em alguns casos podem ocorrer sintomas parecidos com o da asma. Atualmente o tratamento consiste principalmente em medidas comportamentais como: evitar alimentos gordurosos, frituras, bebidas alcoólicas, não deitar após se alimentar, não tomar líquido durante as refeições, evitar alimentos pesados à noite e entre outros. Em alguns casos, os pacientes precisam fazer uso de protetor gástrico.

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