A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Dpoc) é uma condição que dificulta a passagem do ar pelas vias aéreas, comprometendo o bem-estar dos pacientes. Além da exposição à fumaça proveniente da poluição ambiental e de queimadas, o tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da enfermidade.
O Dia Mundial da Dpoc é lembrado em 19 de novembro. A data chama a atenção para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado de uma condição que pode afetar de forma permanente a qualidade de vida.
Embora não tenha cura, a Dpoc é tratável, com medicamentos e reabilitação. Na rede pública, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é referência na terapia da doença e de outras patologias pulmonares crônicas.
Diagnóstico e sintomas
Pneumologista da Secretaria de Saúde (SES-DF) e Referência Técnica Distrital (RTD) no assunto, Guilherme Otávio Morais destaca, porém, que há desafios para a detecção da Dpoc. “Em um estudo realizado em São Paulo, apenas 18% dos pacientes tiveram o diagnóstico confirmado. Isso mostra que ainda há uma baixa percepção sobre os sinais da doença”, avalia o especialista.

“Tosse persistente, pigarro frequente, chiado no peito e falta de ar mesmo em pequenos esforços são sintomas que precisam ser investigados. Muitas pessoas atribuem esses sinais ao cansaço ou ao envelhecimento e só procuram ajuda médica quando o quadro já está avançado”, detalha o médico.
Outros sintomas comuns incluem: sensação de aperto ou peso no peito; respiração mais lenta ou ofegante para atividades simples; secreção persistente (catarro); e infecções respiratórias frequentes. Morais explica que, com o tempo, a doença pode evoluir para limitações severas, exigindo o uso contínuo de oxigênio.
Como buscar ajuda
Ao identificar os sintomas, o paciente deve procurar primeiro a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. A confirmação do diagnóstico vem a partir da avaliação clínica, que pode incluir exames como radiografia, tomografia e, principalmente, a espirometria. Caso sejam identificados problemas, a pessoa é direcionada ao ambulatório do Hran ou a outros hospitais da rede pública com pneumologistas disponíveis.
Perigos do cigarro e outros riscos
Segundo Morais, o tabagismo [https://www.saude.df.gov.br/tabagismo] é o maior fator de risco e a principal porta de entrada para doenças graves do pulmão. “O ideal é não dar a primeira tragada. E para quem fuma, parar é sempre possível, e faz diferença em qualquer fase da vida”, reforça.
A SES-DF disponibiliza mais de 70 unidades [https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/0/Lista_de_Unidades_de_TratamentoTabagismo__Atualizada_em_09_04_2025_.docx__4_.pdf/a9832486-5893-7333-c905-07708b8a6d78?t=1750180493125] para atender quem quer largar o vício do cigarro, com uma abordagem que envolve desde rodas de conversa a uso de medicamentos.
Outras formas de reduzir risco de Dpoc incluem:
- Evitar ambientes com fumaça ou vaporizadores eletrônicos (vapes);
- Reduzir exposição à poeira e à poluição;
- Usar máscaras de proteção em ambientes com partículas suspensas;
- Manter calendário de vacinação atualizado (como gripe e pneumococo), para evitar infecções que aceleram a progressão da doença.
A Dpoc, de acordo com o pneumologista, impõe uma jornada longa e desafiadora aos pacientes e seus familiares, desde os primeiros sintomas até o diagnóstico preciso, passando por muitos estigmas. “O manejo adequado dessas crises é essencial para evitar hospitalizações recorrentes e perda funcional”, complementa.