No Brasil, 8 de agosto marca o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data que reforça a importância de prevenir e tratar alterações nos níveis dessa gordura no sangue. A campanha chama atenção para um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC).
O caso de Raimunda Corrêa, 66 anos, ilustra o problema. Há dois anos, durante atendimento hospitalar após contrair covid-19, ela descobriu que tinha colesterol alto, diabetes e hipertensão. “Foi tudo de uma vez só. Agora, tenho que vir ao hospital mais vezes”, relata. Mesmo com histórico familiar, Raimunda só identificou a alteração após a consulta.
O colesterol, classificado como LDL (“ruim”) e HDL (“bom”), é essencial ao organismo. No entanto, quando está em excesso, aumenta significativamente o risco de doenças graves. O descontrole pode estar ligado a má alimentação, sedentarismo ou fatores genéticos.
A cardiologista Alexandra Mesquita, do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), alerta que o acompanhamento deve começar cedo. “Já identificamos crianças com alterações nas taxas de lipídios e até estrias gordurosas nas artérias. Isso preocupa, especialmente com o aumento do sedentarismo e da má alimentação entre os jovens”, afirma. Ela reforça que a soma de fatores de risco ao longo da vida eleva as chances de complicações fatais.
A mudança de hábitos, porém, nem sempre é simples. Francisca Corrêa, filha de Raimunda, conta que a mãe tem dificuldade de seguir a dieta e tomar os medicamentos corretamente. “Ela gosta de comida gordurosa e carne vermelha. Coloca tanto óleo no feijão que fica até uma capa de gordura. Agora precisamos ficar ainda mais atentos”, diz.
Raimunda, por sua vez, encara a situação com bom humor. “Não tenho mais escolha: vou precisar comer melhor e abrir mão das comidas que gosto para ver se diminuo os remédios.” A filha promete apoiar a mãe também nas atividades físicas: “Vamos fazer caminhadas e exercícios juntas.”
Segundo a nutricionista Camila Costa, do Hospital Cidade do Sol (HSol), a alimentação é peça-chave no controle das taxas. Ela recomenda evitar carnes gordurosas e processadas, frituras, doces em excesso, laticínios integrais, salgadinhos, biscoitos recheados e fast food. Já no cardápio ideal devem entrar carnes magras, peixes como sardinha e atum, aveia, legumes, verduras, frutas, leguminosas, azeite, castanhas, abacate, amêndoas e linhaça.
“Uma alimentação equilibrada é uma grande aliada para manter o colesterol sob controle e proteger a saúde cardiovascular”, conclui Camila.
Com informações do IgesDF