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Saúde

Dia Mundial Sem Tabaco: como é realizado o tratamento para o vício em nicotina?

Pneumologista explica o vício, o seu tratamento e como o Brasil é referência no combate ao tabagismo

Redação Jornal de Brasília

31/05/2021 15h44

Dia Mundial Sem Tabaco: como é realizado o tratamento para o vício em nicotina?

Dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial da Luta contra o Tabaco, criado em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data tem como objetivo alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo, que são cerca de 7 milhões por ano. Além disso, com o aumento de novas drogas, a OMS utiliza a data para alertar também para os riscos do uso de cigarro eletrônico, vaporizador e cigarro aquecido, pois já existem estudos que relacionam o uso desses dispositivos com agravos de sintomas respiratórios.

No Brasil, cerca de 9,8% da população é tabagista, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No entanto, a médica pneumologista do Hospital Anchieta de Brasília, Carolina Mazzilli Novais, ressalta que o país é reconhecido pela OMS como referência mundial no controle do tabagismo, ocupando o 2º lugar no ranking de implementação das medidas do MPOWER, entre os países que assinaram a Convenção Quadro de Controle do Tabaco. “Nós temos proibição de publicidade, inserção de advertências em maços, aumento de impostos, e o tratamento gratuito para dependentes de nicotina pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é uma política de sucesso”, explica.

O vício

Dra Carolina destaca que o tabagismo hoje é classificado pela Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, como uma doença no grupo de transtornos mentais e comportamentais. “Essa doença é causada pela dependência à nicotina, substância presente em produtos derivados do tabaco, por isso a classificamos assim. Além disso, a nicotina é a maior causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo mundo”, fala a pneumologista.

Membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a especialista alerta que qualquer forma de consumo de tabaco oferece riscos à saúde. “O tabagismo é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo, além de ser uma das principais causas do câncer de pulmão”, aponta. “No Brasil, por exemplo, milhares de pessoas morrem anualmente por esse tipo de câncer”, enfatiza a médica.

Ela ressalta que o processo de parar de fumar é desafiador, seja por motivos psicológicos ou por falta de acesso às ferramentas que auxiliem o paciente. “Em todo o mundo, cerca de 780 milhões de pessoas dizem querer parar de fumar, mas apenas 30% delas têm acesso às ferramentas que podem ajudá-las a fazer isso”, acrescenta. Para a médica, o cenário de pandemia do novo coronavírus também não é favorável para quem deseja parar com o hábito, já que existe um maior estresse social e econômico.

O tratamento

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem duas formas de começar o tratamento para o vício em nicotina: parada imediata e parada gradual. A primeira opção é quando a pessoa interrompe de uma vez o uso de qualquer produto com tabaco, enquanto a segunda opção, a pessoa diminui a quantidade de cigarros consumidos diariamente.

O tratamento pode ser feito pelo SUS e o paciente precisa estar ciente que ele pode ter alguns sintomas de abstinência, como tosse, dores de cabeça, ansiedade, compulsão e irritação. Em alguns casos, a pessoa pode utilizar medicamentos para que o processo não tenha um grande impacto na saúde. Além de um acompanhamento médico, é recomendável que o paciente tenha um acompanhamento psicológico e, se quiser, frequente grupos de ex-tabagistas.

Atividade física também pode ser aliada
Bruno Marques, profissional de educação física da rede Evolve, a prática regular de atividade física traz inúmeros benefícios para a saúde física do fumante/ex-fumante. “Com a prática frequente de exercícios, as veias da pessoa, que eram obstruídas e finas, vão vasodilatar, permitindo uma maior passagem de oxigênio para o resto do corpo”, complementa.

Marques também relata os ganhos psicológicos, como diminuição da ansiedade causada pela abstinência, e ajuda na produção de hormônios que dão a sensação de bem-estar. “A pessoa ainda tem o fator de socialização, já que vira um passatempo e um refúgio para os ex fumantes”, conclui.

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