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Saúde

Dia Mundial da Visão alerta para o retinoblastoma em crianças

Retinoblastoma afeta principalmente menores de 5 anos, mas detecção precoce garante mais de 90% de chance de cura

Redação Jornal de Brasília

09/10/2025 20h40

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Tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou terapias focais, como laser e crioterapia, dependendo do estágio da doença | Foto: Alberto Ruy/IgesDF

Aos poucos dias de vida, o pequeno Pedro Henrique passou por uma reviravolta inesperada ao apresentar alteração no teste do olhinho, exame obrigatório que identifica possíveis distúrbios visuais em bebês. O que parecia ser um caso de catarata congênita se revelou algo mais grave após os exames realizados no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF): o retinoblastoma, tipo de câncer ocular mais comum na infância. A condição, que acomete cerca de uma a cada 15 a 20 mil crianças no mundo, evidencia a importância da triagem neonatal e do diagnóstico precoce para garantir maiores chances de tratamento e qualidade de vida.

Graças à detecção precoce, as chances de cura podem superar 95%, segundo a American Cancer Society e dados da literatura médica internacional. E é justamente essa importância do diagnóstico antecipado que o Dia Mundial da Visão, celebrado na segunda quinta-feira de outubro, busca reforçar. Para o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), cuidar da saúde ocular das crianças é um compromisso que deve durar o ano inteiro.

O retinoblastoma afeta principalmente crianças menores de 5 anos, sendo metade dos casos diagnosticados antes dos 2 anos. Embora raro, a detecção rápida é determinante tanto para a cura quanto para a preservação da visão.

O câncer ocular pode ocorrer de forma esporádica ou hereditária. Crianças com histórico familiar devem ser acompanhadas desde o nascimento, para garantir que qualquer alteração ocular seja detectada rapidamente.

O caso de Pedro Henrique

Atualmente com 4 meses, Pedro Henrique e sua família aguardam resultado da biópsia | Foto: Arquivo Pessoal

Hoje com 4 meses, Pedro Henrique está em São Paulo com a mãe, onde passou por cirurgia e aguarda o resultado da biópsia para definir os próximos passos do tratamento. “É muito importante manter a calma e ter fé. Buscar o tratamento faz toda a diferença na vida da criança”, reforça Luiz Henrique, pai do bebê.

O oftalmologista Fábio Luis Bosso, especialista em retina do Hospital de Base, explica que exames detalhados foram essenciais para identificar o tumor em fase inicial. “Um exame anterior não mostrou o tumor, mas a tomografia realizada no Base permitiu o diagnóstico precoce”.

Tratamento e chances de cura

O tratamento do retinoblastoma pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou terapias focais, como laser e crioterapia (técnica minimamente invasiva que utiliza frio extremo para destruir células tumorais), dependendo do estágio da doença. Quanto mais cedo a detecção, maior a chance de preservar a visão.

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que surjam cerca de 400 novos casos da doença por ano no Brasil. Reconhecer os sinais precoces pode salvar vidas.

Sinais de alerta e onde buscar atendimento

Cuidar da visão desde cedo pode transformar o futuro de uma criança, e a atenção dos pais é o primeiro passo. Os sinais de alerta incluem reflexo branco ou opaco na pupila (“olho de gato”), geralmente percebido em fotos com flash, estrabismo, inchaço ou dor nos olhos e redução da visão.

O Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) é referência nesse tipo de atendimento, assim como os Hospitais Regionais da Asa Norte (HRAN) e do Gama (HRG). Em situações de urgência, o Hospital de Base do DF oferece pronto-socorro oftalmológico 24 horas.

Com Informações da Agência Brasília

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