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Saúde

Câncer de intestino: descubra como um simples exame pode salvar sua vida

Estudo internacional aponta aumento de 333% nos casos de câncer de intestino entre adolescentes, alertando para a necessidade de prevenção desde a juventude

Redação Jornal de Brasília

16/09/2025 11h11

Foto: Reprodução

Imagine descobrir um tumor silencioso antes que ele se manifeste e ter mais de 90% de chance de cura. Essa é a realidade possível com o diagnóstico precoce do câncer de intestino, uma das doenças que mais crescem no Brasil e no mundo. É isso que alerta a campanha Setembro Verde, que chama atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce da neoplasia, uma doença que cresce de forma preocupante e que, quando detectada no início, pode ser altamente curável.

Só em 2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que mais de 45 mil brasileiros serão diagnosticados com a doença. Ainda de acordo com o Inca, o câncer de intestino já é o terceiro mais comum entre os homens e o segundo mais incidente entre as mulheres.

Segundo o oncologista Márcio Almeida, a maioria dos casos está diretamente relacionada a hábitos de vida pouco saudáveis. Ele explica que o consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, a baixa ingestão de fibras, a obesidade, o tabagismo e o histórico familiar são os principais fatores de risco. “Não é só uma questão genética. O estilo de vida moderno está colaborando com o avanço silencioso da doença. A boa alimentação, a prática de exercícios e o controle do peso são medidas fundamentais para a prevenção”, alerta o médico.

Ainda de acordo com o especialista, o tumor de intestino é traiçoeiro porque costuma se desenvolver sem causar sintomas nas fases iniciais. Ele reforça a importância dos exames de rastreio mesmo para quem se sente saudável. Os sinais mais comuns são: sangue nas fezes, dor ou cólicas abdominais, alterações no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), anemia sem causa aparente e perda de peso não intencional. “Ao menor sinal, é hora de procurar um médico. Mas o ideal é não esperar os sintomas surgirem. A prevenção é sempre o melhor caminho”, ressalta.   

Colonoscopia: o exame que salva vidas

Segundo Márcio Almeida, pessoas acima de 45 anos devem fazer a colonoscopia regularmente, mesmo sem sintomas. Já quem tem histórico familiar de câncer de intestino deve começar os exames 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado. Outro exame simples, mas eficiente, é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, que pode detectar alterações invisíveis a olho nu e indicar a necessidade de exames mais detalhados.

“A colonoscopia permite detectar e até remover lesões antes que elas se tornem cancerígenas. É uma ferramenta de prevenção, não só de diagnóstico”, destaca o especialista.

Jovens também estão em risco: doença triplicou entre adolescentes  

Um estudo divulgado na Digestive Disease Week 2024, o maior congresso de gastroenterologia do mundo, revelou um dado assustador: entre 1999 e 2020, a taxa de câncer de intestino em adolescentes de 15 a 19 anos aumentou 333% em nível global. Esse dado desmistifica a ideia de que a doença afeta apenas pessoas mais velhas e reforça a necessidade de vigilância e mudanças no estilo de vida desde cedo.  

Tratamentos estão evoluindo

A medicina tem avançado de forma significativa no tratamento do câncer de intestino, oferecendo cada vez mais chances de cura e uma melhor qualidade de vida aos pacientes. “Hoje, contamos com terapias altamente eficazes, como a terapia-alvo, que utiliza medicamentos capazes de agir diretamente nas células cancerígenas, e a imunoterapia, que estimula o próprio sistema imunológico a combater o tumor. Além disso, as cirurgias minimamente invasivas, como a laparoscopia e a robótica, permitem procedimentos com menos dor, menor tempo de internação e recuperação mais rápida. Temos também a perspectiva de recursos modernos como a biópsia líquida, que detecta o câncer antes mesmo que ele apareça nos exames de imagem tradicionais, e a análise genética do tumor, que possibilita tratamentos personalizados com base no DNA da doença. Quando o diagnóstico é feito precocemente, conseguimos tratar a maioria dos casos com abordagens menos agressivas, mais eficazes e com menor impacto na vida do paciente”, finaliza o oncologista.   

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