Menu
Saúde

Câncer de colo do útero: novos medicamentos e vacina atualizada contra HPV estão fazendo diferença no combate à doença

A principal causadora do câncer de colo de útero é a infecção pelo vírus HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano)

Redação Jornal de Brasília

11/01/2024 16h04

Foto: Divulgação

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo do útero é o terceiro tipo de tumor mais incidente entre as mulheres. Até 2025, a estimativa do Instituto é que 17.010 casos da doença sejam registrados por ano no Brasil. O Distrito Federal deve ter 240 casos em 2024. O tumor é silencioso, mas quando diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade.

A principal causadora do câncer de colo de útero é a infecção pelo vírus HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), responsável pela doença sexualmente transmissível mais frequente no mundo. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com esse vírus ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irão desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos.

De acordo com a oncologista, Gabrielle Scattolin, o último ano foi bastante promissor no que diz respeito ao tratamento do câncer de colo do útero. “A chegada da vacina nonavalente para HPV, ou seja, que protege contra nove cepas foi a principal novidade e ela já está presente na rede privada, mas existem projetos para incorporar também no Sistema Único de Saúde”, explica.

Ainda de acordo com a médica, no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a ASCO, que aconteceu em junho de 2023, foi apresentado o resultado de um grande estudo sobre câncer de colo do útero.
“Pela primeira vez em mais de 20 anos, a pesquisa apresentou novidades em relação ao tratamento da doença. O estudo mostrou que acrescentar imunoterapia ao tratamento aumenta as chances de controle da doença e produz poucos efeitos colaterais. Este é um avanço importante e acredito que o resultado da pesquisa pode levar a uma mudança nos protocolos atuais”, afirma.

Na prática, muitas mulheres têm dúvidas em relação aos sintomas do câncer de colo do útero. De acordo com a dra Gabrielle, existem alguns sinais que devem ser observados. “Dor na relação sexual, sangramento depois da relação sexual, corrimento vaginal com sangue, menstruação excessiva ou fora do período e dor pélvica são sinais que podem indicar tanto esse tipo de câncer como outras doenças, por isso, a importância das mulheres ficarem atentas e procurarem um especialista”, pontua a especialista.

Prevenção e fatores de risco

A oncologista destaca que, sim, é possível prevenir o tumor na maioria dos casos, tendo em vista que a infecção pelo HPV, a infecção sexualmente transmissível mais frequente no mundo, está associada ao desenvolvimento da quase totalidade dos cânceres de colo de útero. “Existem estratégias de prevenção que devem ser usadas em associação, que são a relação sexual protegida com preservativo, a vacinação e ainda o diagnóstico de lesões por meio do exame Papanicolau e exame de pesquisa de HPV”, detalha a especialista.

Dentre os fatores de risco que contribuem para o surgimento da doença estão o começo precoce da vida sexual, tabagismo, múltiplos parceiros e a presença de outras infecções sexualmente transmissíveis, como herpes genital. Estudos também sugerem um risco maior nas pacientes que utilizam anticoncepcional oral há longo prazo.

Tratamento

Para a neoplasia, as opções de tratamento são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. A cirurgia pode consistir na retirada do tumor ou na retirada do útero, o que pode, por exemplo, impossibilitar a mulher de engravidar. Mas o tratamento muda de acordo com o estágio da doença, por isso, é fundamental conversar com o médico para avaliar qual será o método e a conduta de cada tratamento.

Vacinação

Desde 2017, o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal o uso da tetravalente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, e também para mulheres e homens com imunossupressão até 45 anos de idade. A vacina pode ser feita em qualquer unidade de saúde. O número de doses varia de acordo com a idade.
• Duas doses com intervalo de seis meses entre elas (0 – 6 meses): indicado para meninas e meninos de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias.
• Três doses, sendo a segunda, um a dois meses após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira dose (0 – 1 a 2 – 6 meses): para pessoas a partir de 15 anos.
• Para imunodeprimidos por doença ou tratamento de qualquer idade, o recomendado são três doses, sendo a segunda, um a dois meses após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira dose (0 – 1 a 2 – 6 meses).

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado