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Saúde

Aplicativo acolhe dilemas e desabafos maternos

Durante a pandemia encontros virtuais, no contexto da maternidade, são imprescindíveis para garantir a saúde mental dessas mulheres

Redação Jornal de Brasília

26/05/2021 5h46

Já que a sociedade muitas vezes julga, implacavelmente, a brasileira que se torna mãe, muitas se unem para promover trocas de experiências. Em tempos de pandemia de covid-19, os encontros virtuais, no contexto da maternidade, são imprescindíveis para garantir a saúde mental dessas mulheres. Pensando nisso, a fonoaudióloga Thaís Vilarinho decidiu criar o aplicativo ‘Mãe Fora da Caixa’. Ela, que é mãe do Matheus e do Thomás, se sentiu motivada a elaborar o app após a experiência de seis anos escrevendo textos sobre o assunto nas redes sociais, que hoje têm mais de um milhão de seguidores. “O aplicativo nasceu da minha percepção de que minhas leitoras queriam participar de grupos de mães. Sempre que eu fazia um post incentivando elas a se conectarem, a formarem grupos e que moram na mesma cidade, o engajamento era enorme. Existe uma vontade enorme dessa troca entre mães, que é na verdade o que eu chamo de rede de apoio virtual.”, afirma.

Thaís também conta que se sentiu muito sozinha na primeira gestação. “Demais! Meu filho mais velho vai fazer 14 anos. Na época que eu estava grávida dele, esse apoio não existia. E por mais ajuda que eu tivesse da minha família, de alguma maneira, me sentia sozinha. Sabe por que? Trocar com mães que estão passando exatamente a mesma fase que você está passando é diferente. Gera muita identificação. A gente pensa: ‘Não é só comigo, tá tudo bem’. A união de mulheres é algo potente! Temos que aproveitar a força dessas trocas”, ressalta.

A idealizadora do ‘Mãe Fora da Caixa’ relata que muitas mulheres se queixam por serem criticadas na maternidade. “Julgamento é algo muito forte sim. Elas se queixam principalmente quando estão vivendo o começo da maternidade. Isso porque no início tem muita insegurança, é tudo muito novo. Mas com o tempo elas vão se fortalecendo na própria autonomia. A culpa é algo que infelizmente ainda é a queixa mais forte da mulher que se torna mãe. Isso porque existe uma idealização absurda da sociedade. É como se ela se tornasse “santa”. Tem até um nome pra isso: santificação da mãe. Ser mãe é uma entrega gigante. Mas não dá pra ficar nessa busca insana pela perfeição e querer dar conta de tudo porque é humanamente impossível”, conclui.

No aplicativo, as mães podem trocar fotos e textos, além de fazer novas amizades. Para se cadastrar, é preciso apenas baixar, fornecer o nome e uma imagem, indicar em qual fase da maternidade a usuária está e selecionar algumas características e experiências dela. O app é gratuito e está disponível para iOS e Android. “Queremos promover um espaço que estimule a troca franca, com empatia e sororidade. Quando tive meu filho, lembro do sentimento de indignação quando percebi que não se falava sobre as dores e as dificuldades da maternidade, sobre baby blues, sobre puerpério e nem sobre a mudança radical que acontece na vida da mulher que se torna mãe. Então, escrever foi necessário e terapêutico”, afirma Thais. O aplicativo ‘Mãe Fora da Caixa’ também permite a formação de grupos de discussão privados ou públicos e oferece um canal com conteúdo de qualidade sobre maternidade, separado de acordo com as dificuldades e vivências femininas em cada fase – passando pelo desejo de ser mãe, a gravidez, o puerpério, a fase do 1º ao 6º ano de vida da criança, os filhos entre 6 e 12 anos e a adolescência.

Estadão Conteúdo

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