Menu
Saúde

Além do “Outubro Rosa”: psicóloga defende mais apoio a mulheres com câncer

Para a psicóloga Juciléia Rezende Souza, é necessário que as iniciativas poderiam ter mais ênfase em ações para favorecer o diagnóstico precoce

Agência UniCeub

29/10/2021 20h22

Fernanda Bittar e Maria Tereza Castro
Agência CEUB

A conscientização, prevenção e procura por exames devem estar fortalecidas após o mês de outubro acabar. Para a psicóloga Juciléia Rezende Souza, pesquisadora na área de psico-oncologia é necessário que as iniciativas poderiam ter mais ênfase ao longo do ano, com ações para favorecer o acesso a mamografias, ultrassons, treinamento e capacitação de profissionais para diagnóstico precoce.

Ela explica que a rede de apoio deve permanecer em alerta, já que as mulheres ficam muito abaladas e assustadas ao receber um eventual diagnóstico de câncer.

Temos uma visão do câncer como uma doença que leva a morte”, explica. A quebra da rotina de vida, somada ao sofrimento, leva muitas mulheres a pensar que aquele será o fim da vida delas. “Uma tendência a catastrofizar, a imaginar o futuro de maneira negativa e sempre antecipando”, relata a especialista.

Juciléia Souza explica que existem reações diferentes entre as mulheres, podendo minimizar ou exacerbar o problema, mas que cada uma tem uma estratégia de enfrentamento diferente, desde ficar calada ou até tornar a situação desesperadora.

Entretanto, a especialista reforça que independente da reação é importante se ter um cuidado a mais. “É necessária uma rede de suporte social e amparo livre de julgamentos”.

Prevenção

A especialista ainda reforça que o apoio psicológico é recomendado o quanto antes, se possível, desde a suspeita. O Ministério da Saúde tornou obrigatória a presença de pelo menos um psicólogo na equipe de suporte a pacientes oncológicos.

“Um aspecto muito trabalhado pelos psicólogos é a comunicação do paciente com a família e com a equipe de saúde”, afirma. A psicóloga explica que quando esse apoio é bem feito, já é algo protetivo, fazendo a mulher se sentir acolhida e assim o tratamento tende a evoluir bem.

Em casos de cirurgias que alteram a estética e limitam o funcionamento de membros, a especialista afirma que é extremamente recomendado a busca por um psicólogo, a fim de minimizar o impacto da modificação e ajudar na adaptação pós-cirurgia. O acompanhamento ajuda nas questões de autoimagem e como isso pode afetar os relacionamentos.

“É necessário reconectar essas mulheres com o valor, o papel e a importância delas”, declara.

Cura

A cirurgia para a retirada das mamas é realizada em casos em que o câncer está em um estágio mais avançado. A rápida descoberta da doença pode ser a melhor forma de se evitar que o tumor se espalhe. Segundo a psico-oncologista, há quase 90% de chance de cura com uma detecção precoce, que não é possibilitada pelo autoexame.

No ultrassom, utilizado nas mamografias, podem ser encontradas lesões de milímetros, enquanto no autoexame, só conseguimos perceber quando estão maiores que um centímetro.
Adiamentos

Durante a pandemia do Covid-19, muitas mulheres adiaram seus exames pelo medo do vírus. “Muitas vezes a gente pensa que só informação é o suficiente, mas tem que criar essa rotina de ir ao médico”, diz.

A pesquisadora aponta que, mesmo antes desse período, muitas decidiram não se consultar por medo de achar uma lesão ou por conta do estresse do dia a dia, o que pode causar um aumento nos diagnósticos.

A especialista explica que a prevenção do câncer de mama também tem a ver com hábitos de vida e cuidados com a alimentação, uma conduta inadequada deixa o corpo mais vulnerável a qualquer tipo de doença. “A regularidade é a nossa forma de vigia ao nosso organismo”, afirma.

Hospital Universitário

A psicóloga também indica que a união entre as mulheres que passam pelo câncer é importante, o apoio mútuo cria essa conexão entre elas. “Eu acho que é esse o poder do Outubro Rosa , aumentar a rede de cuidado e possibilitar encontros entre pessoas para trocar informação, carinho, afeto e proteção”, opina. A motivação do projeto é a seguinte: “Separadas somos pétalas, juntas somos rosas”, desenvolvido pelo HUB por meio da EBSERH.

Existem também outras formas de suporte para essas mulheres, como as ONGs, que procuram facilitar o convívio social com a ação de voluntários de diferentes áreas.

Confira vídeo completo da campanha da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares)

Divulgação/ Rede Ebserh TV

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado