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Raio-x mostra bala alojada em cérebro de bebê de 1 ano

A menina foi atingida na cabeça e a bala penetrou o crânio e chegou a atingir o cérebro, no lobo frontal

Redação Jornal de Brasília

29/09/2022 9h56

Foto: Hospital de Emergência e Trauma/Divulgação

Raio-x divulgado pelo Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa mostra a bala alojada no cérebro da menina de um ano e dois meses, filha de Ramon Vagner da Silva Nascimento, que foi morto a tiros na última terça-feira (27). Um homem de 25 anos foi preso na quarta-feira (28), suspeito de invadir a casa da vítima e atirar contra o jovem de 19 anos e a filha dele, no bairro do Alto do Mateus, em João Pessoa.

A bebê deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa por volta das 19h da terça-feira.

Ela passou por procedimentos de urgência e foi submetida a uma cirurgia para retirada do projétil, que atingiu o cérebro dela. Até a quarta-feira (28) ela estava internada em estado grave na UTI infantil do hospital, porém o estado de saúde dela avançou.

“A criança está bem, estive com ela no início da manhã, está sentada na cama, aceitando a dieta oral e já interagindo de forma positiva, sem nenhum sinal de sequela”, disse o diretor.

A menina foi atingida na cabeça e a bala penetrou o crânio e chegou a atingir o cérebro, no lobo frontal.

“O ferimento por projétil de arma de fogo, além do ferimento em si, provoca outras lesões secundárias relacionadas às ondas de choque e também pelo calor do projétil. Mesmo assim, todo o tratamento cirúrgico foi feito imediatamente e ela está apresentando uma evolução surpreendentemente boa”, explicou.

Ainda conforme Laécio, se continuar a evolução, ela deve ficar mais uns três ou quatro dias na UTI, em acompanhamento. “Ela permanece na Unidade de Terapia Intensiva pois é onde se pode dar a maior assistência possível. Mesmo com essa evolução, há a possibilidade de alguma lesão secundária se expressar depois, por isso essa conduta de prevenção. Mas a princípio, ela não apresenta sequelas”, completou.

Entenda o crime

Um homem de 25 anos foi preso na quarta-feira (28), suspeito de invadir uma casa e atirar contra um jovem de 19 anos e a filha dele, de um ano, no bairro do Alto do Mateus, em João Pessoa, na terça-feira (27).

Ramon Vagner da Silva Nascimento foi atingido por pelo menos quatro tiros e foi socorrido para o hospital, mas não resistiu. A bebê segue internada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa.

O crime aconteceu na noite da terça. Ramon estava no quarto da casa, se arrumando para ir à igreja, quando o suspeito invadiu a residência. Uma menina de sete anos estava na sala junto com outras crianças e foi surpreendida pela invasão. Ela correu para chamar o pai, quando o suspeito atirou e baleou a bebê de um ano. Em seguida, ele foi até o quarto e atirou várias vezes contra Ramon, fugindo em seguida.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito do crime é Wesley Lohan Quirino do Nascimento, de 25 anos, que usava tornozeleira eletrônica durante a prisão. Ele foi detido no mesmo bairro onde ocorreu o crime, após tentar reagir à prisão.

“A vítima foi morta na frente de cinco crianças, onde a maior tem sete anos e a menor tem apenas dois meses. O executor do crime trajava um casaco branco e o suspeito que foi conduzido está com um casaco semelhante ao narrado [por testemunhas] como sendo usado pelo atirador no momento do crime”, disse a delegada Josenise de Andrade.

Conforme a delegada, a motivação do crime pode estar relacionada a rixas antigas envolvendo facções criminosas.

“A vítima já havia feito parte da facção criminosa a qual o suspeito faz parte. Há algum tempo houve uma dissidência e ele [Ramon] foi para a facção rival. A família fala que há cerca de um ano ele estava afastado do mundo do crime, estava na igreja evangélica, mas ainda recebia recorrentes ameaças de morte. Inclusive a casa da vítima tem várias marcas de tiros que não foram feitos no dia de ontem. São anteriores, onde a vítima já havia sido alvo de uma tentativa de homicídio também praticada pelo suspeito”, explicou Josenise.

Wesley foi levado para a carceragem da Central de Polícia Civil, onde aguarda audiência de custódia a ser realizada nesta quinta-feira (29). Ele não confessou o crime e, segundo a delegada, disse que só ia responder em juízo.

Mãe da vítima chegou a ouvir os tiros

A mãe de Ramon, Josefa Maria da Silva, estava em uma casa próxima do local onde aconteceu o crime, e chegou a ouvir os tiros que atingiram o filho dela.

“Eu estava em casa, botando meu filho de um ano para dormir, aí escutei o primeiro disparo. Então teve outro tiro, e teve mais outro e eu corri e não vi mais nada. Só vi minha nora saindo correndo com minha neta no colo, gritando, a menina ensanguentada. Eu entrei correndo à procura do meu filho e ele estava caído”, relatou. Tanto Ramon quanto a filha foram socorridos e levados para o Hospital de Trauma de João Pessoa, mas o jovem não resistiu e morreu na unidade hospitalar.

Ainda de acordo com Josefa, a vítima tentava mudar de vida.

“Ele já foi envolvido [com facções criminosas], aí saiu já faz um ano e três meses. Eu não sei se foram os inimigos que ele tinha no passado, não sei dizer. Ele estava tentando outra vida, mas quem entra nessa vida, o mal sempre vem para cobrar o que fica lá atrás”, completou.

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