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Política & Poder

Viagens de ministro de Bolsonaro já eram monitoradas pela Alfândega

Foi em outubro de 2021 que o ministro visitou a Arábia Saudita, onde recebeu as joias que deveriam ser entregues ao governo federal

Camila Bairros

07/03/2023 11h54

Foto: Ministério de Minas e Energia

Após o escândalo das joias ilegais apreendidas e avaliadas em R$ 16,5 milhões, a Anfândega informou que, segundo o Estadão, a agenda de viagens internacionais do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e de sua comitiva já estavam sendo monitoradas pela Alfândega devido ao elevado número de compromissos.

O monitoramento acontece há tempos. Apenas em 2019, foram 10 viagens internacionais, para países como Israel, Estados Unidos, Argentina, Japão, China, Áustria, França e Espanha. Em algumas delas, Bento foi acompanhado de Bolsonaro, e em outras, foi para eventos ligados ao seu setor.

Em 2020, ano da pandemia, foram três compromissos: na Índia, nos Estados Unidos e na Áustria, para a conferência anual do setor elétrico.

No ano seguinte, com o retorno gradual da vida normal, foram seis encontros internacionais, tendo passado por Estados Unidos, Áustria, Rússia, Inglaterra e Emirados Árabes. Nesse último país, Vento teve compromisso durante quatro dias, incluindo encontro com o príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro de Energia da Arábia Saudita, e o príncipe Mohammed bin Salman. Foi lá que ele recebeu as joias dadas a Bolsonaro.

Já no último ano do antigo governo, Bento ocupou o cargo de ministro de Minas e Energia por somente cinco meses, e durante esse período, fez sete viagens internacionais, visitando o Suriname, Guiana, Uruguai, Portugal, Rússia e Índia. Ele foi exonerado do cargo em maio. O Ministério das Relações Exteriores está averiguando o caso.

As joias

Em outubro de 2021, joias dadas pela Arábia Saudita foram localizadas com um assessor do governo federal e apreendidas no Aeroporto de Guarulhos. Os objetos, para serem legais, deveriam estar direcionados como presente oficial ao Estado, não para Bolsonaro.

Na época, o então presidente atuou diretamente para trazer os bens, enviando um servidor da Força Aérea Brasileira (FAB) e acionando Ministérios para reaver o presente.

O ex-presidente nega qualquer irregularidade e afirma não ter pedido os presentes. Michelle, sua esposa, ironizou o caso em seu Twitter.

https://twitter.com/michellebolso22/status/1631824436469944320?s=46&t=ZeeuVSJZ8gvPOmX0icXPTQ

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