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Política & Poder

A terceira batalha de Marina pela Presidência

Arquivo Geral

13/09/2018 7h00

Atualizada 12/09/2018 22h52

Foto: UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO

Jorge Eduardo Antunes
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Pela terceira vez, Marina Silva (Rede) tenta se tornar presidente da República. Mas, para chegar a este momento, teve de passar pela mais dura trajetória de vida entre os presidenciáveis. Nascida Maria Osmarina em um seringal de Breu Velho, em Rio Branco, Acre, em 1958, ela passou a infância e parte da adolescência entre cidades e localidades do seu estado natal, do Amazonas e do Pará sem conhecer as primeiras letras. Só foi alfabetizada em 1974, aos 16 anos, por meio do antigo Mobral. Trabalhou como seringueira e doméstica, abandonou o sonho de ser freira e teve doenças como hepatite, malária, leishmaniose e contaminação por mercúrio.

Mas Marina gostava de estudar. Com o auxílio do então bispo do Acre, Dom Moacyr Grechi, formou-se em história dez anos depois de receber as primeiras letras – mais tarde, faria duas especializações em universidades do DF. Nesta mesma época, enquanto trabalhava como professora em começou a vida política, ingressando no Partido Revolucionário Comunista (PRC), mais tarde uma das correntes do PT. Junto com Chico Mendes, fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre, em 1985. E tentou as urnas pela primeira vez em 1986, mas não foi eleita.

Dois anos mais tarde, foi a vereadora mais votada de Rio Branco, pelo PT. Em 1990, repetiu a liderança na votação e se elegeu deputada estadual. Em 1994, tornou-se a mais jovem senadora da história, ainda pelo PT. Seria reeleita em 2002, mas deixou o mandato para ser ministra do Meio Ambiente de Lula. Caiu em maio de 2008, depois de dois anos de atritos com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Marina saiu do PT no ano seguinte, filiando-se ao PV, pelo qual disputou a primeira eleição presidencial, em 2010, ficando em terceiro lugar, com 19,6 milhões de votos, atrás de Dilma e José Serra (PSDB). Deixou o PV em 2011 e começou a tentar a organizar a Rede Sustentabilidade, mas o partido não conseguiu o registro, e seu plano de disputar as eleições de 2014 pela própria sigla foi, em princípio, por água abaixo.

Em 2013, Marina filiou-se ao PSB, fechando aliança com o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Os dois formariam a chapa para a eleição presidencial de 2014, com Campos na cabeça. Mas a morte dele, em acidente aéreo, no dia 13 de agosto de 2014, levou Marina novamente à condição de presidenciável. Nas pesquisas eleitorais, por várias vezes era apontada como virtualmente no segundo turno, mas perdeu a força na véspera da eleição e, com 22,1 milhões de votos, ficou atrás de Dilma e de Aécio Neves (PSDB), e novamente fora da disputa final. Agora, Marina tenta, pela terceira vez, mudar o curso da história.

 


O Programa

Ao lado do Verde Eduardo Jorge, Marina Silva lançou o programa de governo batizado “Brasil Justo, Ético, Próspero e Sustentável” prometendo “dar um basta na velha política”.

O programa promete um diálogo “republicano” com o legislativo, governo com ministros “competentes e idôneos” e elenca 20 prioridades para a gestão do País.

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