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Política & Poder

Sem Huck, saiba quem fica na disputa pela ‘terceira via’ de centro em 2022

A avaliação majoritária dos dirigentes partidários ouvidos pela reportagem é que o ex-ministro Sérgio Moro também está fora do tabuleiro

Redação Jornal de Brasília

17/06/2021 7h08

Foto: Agência Brasil

O anúncio do apresentador Luciano Huck de que não vai disputar a Presidência da República, em 2022, já era esperado pelos líderes de partidos de centro, que se reuniram presencialmente pela primeira vez em um almoço nesta quarta-feira, 16, em Brasília.

A avaliação majoritária dos dirigentes partidários ouvidos pelo Estadão é que o ex-ministro Sérgio Moro também está fora do tabuleiro, embora não tenha se pronunciado a respeito.

Sem esses nomes “outsiders” da política tradicional no horizonte, os partidos que buscam se descolar da polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já lançaram publicamente 15 pré-candidatos.

Foram convidados para o almoço desta quarta os presidentes do PDT, PSDB, DEM, SD, Podemos, Cidadania, PV, Novo e PSL.

É consenso entre as siglas que dificilmente esse colegiado vai conseguir fechar em bloco com um nome na disputa, mas buscam ao menos uma pré-aliança em torno de um programa de ação comum. Confira os nomes já apresentados até agora.

Quem é quem

PDT

Terceiro colocado (em empate técnico com Moro) nas últimas pesquisas de intenção de voto (6% segundo Ipespe e Datafolha), mas ainda bem atrás de Lula e Bolsonaro (41% e 23% respectivamente segundo Datafolha), o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes tem buscado dialogar com o eleitorado de esquerda e também de centro, com duros ataques a Lula. O presidente do PDT, Carlos Lupi, aposta que o pragmatismo dos partidos de centro deve levar pelo menos parte dessas siglas para o palanque de Ciro, mas só caso ele chegue ao patamar dos 12% a 15% nas pesquisas de intenção de voto já no início do ano que vem. Ex-PSDB, Ciro foi ministro nos governos petistas.

DEM

  • Luiz Henrique Mandetta (deputado MS)
  • Rodrigo Pacheco (presidente do Senado)

O ex-ministro da Saúde se destacou no combate à pandemia em oposição a Bolsonaro. Deputado federal pelo Mato Grosso do Sul, enfrenta a resistência interna da ala do partido aliada ao governo. Se não se acertar com o DEM, já tem convite para disputar a Presidência pelo Podemos. Na pesquisa Datafolha, obteve 2% das intenções de voto, o mesmo que João Amoêdo (Novo), que desistiu de concorrer. Outro nome do DEM que tem ganhado destaque é o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG). Pacheco atrai inclusive apoio de outros partidos, como o PSD. PSDB e DEM, que caminharam juntos nas últimas eleições presidenciais, se afastaram após o racha no partido em torno da disputa pela presidência da Câmara (o que levou inclusive à saída do deputado Rodrigo Maia e do prefeito do Rio, Eduardo Paes, da legenda) e da filiação do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia ao PSDB, abandonando as fileiras do DEM há cerca de um mês.

PSDB

  • João Doria (governador SP)
  • Eduardo Leite (governador RS)
  • Tasso Jereissati (senador CE)
  • Arthur Virgílio (ex-prefeito de Manaus/AM)

O PSDB vai entrar em um longo e desgastante processo de prévias entre 4 pré-candidatos. A legenda acredita que a repercussão da disputa interna será positiva e o vencedor será o “player” mais forte ao lado de Ciro Gomes. Nome mais frequente nas pesquisas de intenção de voto, Doria aparece com 3% no Datafolha.

MDB

  • Michel Temer (ex-presidente)

Emparedado entre Lula e Bolsonaro, o MDB tem discutido os nomes de Simone e Temer, mas sem condições reais até aqui de reivindicar o apoio dos partidos de centro. Ambos não tem sido citados nas pesquisas de intenção de voto. Os emedebistas fecharam uma aliança estratégica com o PSL, que ainda vive o dilema entre ser ou não aliado de Bolsonaro. Suas fileiras ainda abrigam parte da tropa de choque do governo no Congresso. MDB e PSL lançaram um programa conjunto de debates batizado “Ponto de Equilíbrio”.

PSD

  • Otto Alencar (senador BA)
  • Ratinho Jr. (governador PR)
  • Fabio Trad (deputado MS)
  • André de Paula (deputado ES)
  • Antonio Anastasia (senador MG)

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, não participou do almoço desta quarta, embora o partido seja considerado de centro. Ele rejeita a ideia de atuar em bloco, exceto se seu correligionário for o destaque da aliança. Enquanto articula palanques fortes nos Estados (em especial SP, RJ e MG), o ex-prefeito de São Paulo diz que busca alguém com o “perfil” do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ou da empresária Luiza Trajano, embora esta, outra ‘outsider’, não seja filiada a partidos e já tenha descartado a hipótese.

Na prática, porém, o PSD “lançou” também outros nomes como presidenciáveis, como o dos senadores Antonio Anastasia (MG), ex-governador de Minas, e Otto Alencar (BA), que tem se destacado na CPI da Covid. Ao saber da lista divulgada pelo Estadão, porém, Kassab procurou a reportagem para ampliar a relação de presidenciáveis do partido com Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, Ratinho Jr. governador do Paraná e filho do apresentador de TV homônimo, e dos deputados Fábio Trad (MS) e André de Paula (PE). “São esses os nomes que estão sendo discutidos. Ou se incluem todos ou nenhum”, afirmou. O próprio Kassab, porém, em entrevista anterior, já havia anunciado Kalil como pré-candidato ao governo de Minas. Ou seja, assim como outros partidos, o PSD coloca diversos nomes na mesa para abrir as negociações, mesmo que não sejam conhecidos nacionalmente nem tenham potencial de voto já mapeado na corrida.

Novo

O partido chegou a lançar o nome de João Amoêdo, mas este acabou desistindo da pré-candidatura em função da disputa interna da legenda; uma ala do partido defendia lançar o deputado Thiago Mitraud, de Minas Gerais. Mas a situação segue indefinida.

Estadão Conteúdo

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