Menu
Política & Poder

Saiba quais são os comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica escolhidos por Lula

Além dos comandantes, Múcio e Lula definiram os nomes de quem vai ocupar os outros dois principais cargos da estrutura do Ministério da Defesa

FolhaPress

09/12/2022 13h18

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Cézar Feitoza

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu os oficiais-generais mais antigos de Marinha, Exército e Aeronáutica para comandar as Forças Armadas no início de sua gestão.

Os nomes foram anunciados nesta sexta-feira (9) com a confirmação de que o ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro será o ministro da Defesa. Com a nomeação, há expectativa de que a equipe de transição faça as primeiras reuniões com a pasta e os comandos das três Forças.

Além dos comandantes, Múcio e Lula definiram os nomes de quem vai ocupar os outros dois principais cargos da estrutura do Ministério da Defesa.

O almirante Renato de Aguiar Freire ficará com a chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, cargo vinculado à estrutura do Ministério da Defesa. Ele substituirá o general Laerte de Souza Santos. A escolha segue o critério de rodízio entre as Forças no comando da área.

Para a Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, Múcio escolheu Luiz Henrique Pochyly. Ele é especialista em compliance e controle e foi secretário-geral de administração do TCU enquanto o futuro ministro ocupava uma das cadeiras da corte de contas.
Veja o perfil dos comandantes escolhidos por Lula:

EXÉRCITO

O general de Exército Julio César de Arruda, 63, foi definido por Lula e Múcio para o comando da Força Terrestre. Foi formado pela Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em 1981 e conseguiu a quarta estrela no ombro em março de 2019.

Arruda é o mais antigo dos generais que ocupam o Alto Comando do Exército. A escolha pela antiguidade causa poucas mudanças na cúpula da Força, já que, pelas regras militares, nenhum outro oficial terá de ir à reserva com a escolha do novo comandante.

Aliados de Lula viam com preocupação a nomeação de Arruda. Oficial das Forças Especiais, grupo de elite do Exército conhecido pela rigidez de suas posições, ele tem a mesma formação de militares que ocuparam cargos no governo, como Eduardo Pazuello e o coronel Élcio Franco.

Casado e pai de duas filhas, Arruda chefia ainda o Comando Militar do Leste, o Subcomando de Operações Terrestres e é atualmente o responsável pelo Departamento de Engenharia e Construção do Exército.

MARINHA

O comando da Marinha ficará com o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, 63, atual comandante de Operações Navais –um dos principais cargos da Força.

Olsen é o segundo mais antigo do Alto Comando da Marinha e só foi escolhido porque o primeiro da lista, o almirante Aguiar Freire, deve assumir a chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Segundo oficiais da Marinha, o almirante teve destaque no comando da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico, sucedendo o almirante Bento Albuquerque, escolhido por Jair Bolsonaro (PL) para comandar o Ministério de Minas e Energia.

Tem formação no curso da Escola Naval em 1982 e chegou ao almirantado em 2011. É considerado pelos pares como legalista e um dos mais preparados para o cargo.

AERONÁUTICA

Lula e Múcio escolheram o tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno para o comando da FAB (Força Aérea Brasileira). Ele tem 63 anos e é o oficial-general mais antigo da Força.

Damasceno finalizou o curso de formação de oficiais aviadores em dezembro de 1982, sendo promovido para a patente de brigadeiro do ar -a primeira do generalato da aeronáutica- em 2011.

Além da atuação da FAB, Damasceno tem formação em administração de empresas na Universidade de Santa Catarina e, pelo perfil, assumiu funções de chefe de gabinete do comandante da Aeronáutica e do centro de comunicação social da Força.

Brigadeiros da reserva afirmaram à Folha que Damasceno terá o principal desafio de despolitizar a Força Aérea, após o atual comandante, Baptista Júnior, atuar com completo alinhamento a Jair Bolsonaro e, em ato visto como insubordinação, preparar uma antecipação da saída do cargo.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado