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Política & Poder

Relembre as polêmicas da ministra Damares Alves

Algumas das declarações controversas de Damares ocorreram antes mesmo de ela gravar uma pasta e ganhar repercussão depois da viralização de vídeos antigos dos tempos na era pastoral de uma igreja evangélica

Redação Jornal de Brasília

26/12/2019 18h57

Uma das duas únicas ministras do governo de Jair Bolsonaro, Damares Alves, recolheu polêmicas à frente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em 2019.

Algumas das declarações controversas de Damares ocorreram antes mesmo de ela gravar uma pasta e ganhar repercussão depois da viralização de vídeos antigos dos tempos na era pastoral de uma igreja evangélica. Relembre as principais:

Em dezembro de 2018, antes de assumir o cargo de ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares foi alvo de piadas nas redes sociais depois de um vídeo antigo dela em um culto evangélico viralizado. Nas imagens, ela relata abusos de sofria quando era criança e revela que pensava em matar. A pastora afirmou que subiu em uma goiabeira com um veneno que pretendia tomar, mas desistiu depois de ter visto Jesus Cristo.

“Eu estava em cima do pé de goiaba, eu ia tomar veneno, eu ia morrer, era muita dor na alma de todos os abusos que passei. E, quando estava em cima do pé de goiaba, eu não vi um unicórnio, eu vi , não vi um amigo imaginário, vi o que acreditava, Jesus “, contou.

Depois da posse de Jair Bolsonaro como presidente da República, um vídeo de Damares comemorando uma “nova era” circulou nas redes sociais. Nas imagens, ela afirma que “menino veste azul e menina veste rosa”.

Com uma repercussão no vídeo, um ministro afirmou que seu objetivo foi, de fato, fazer uma declaração contra uma “ideologia de gênero”, referindo-se à sexualidade das crianças.

“Fiz uma metáfora contra a ideologia de gênero, mas os meninos e as meninas podem vestir azul, rosa, colorido, enfim, da forma que se sente melhor.”

Indígenas da aldeia Kamayurá, localizados no centro da reserva indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso, relatam em entrevistas que Damares levam Kajutiti Lulu Kamayurá, com período de 6 anos, irregularmente do tribo. A ministra apresenta Lulu, hoje com 20 anos, como sua filha adotiva, mas adotou nunca foi formalizada legalmente, conforme ela mesma já admitida.

Sem diploma, mas com mestrado em ‘ensino bíblico’

Damares declarou quando era pastor de “mestre em educação” e “em direito constitucional e direito de família”, títulos acadêmicos que ela não tem. Um ministério confirmou que não dispensa o mestrado acadêmico, mas alegou que nas igrejas evangélicas é chamado mestre que dedica a vida ao “ensino bíblico”.

Um ministério apareceu em um vídeo dizendo que a igreja evangélica “perdeu espaço” na ciência quando “deixou” a “Teoria da Evolução” entrando nas escolas sem perguntas. Em uma pregação de 2013, Damares já estava lá que é favorável ao ensino religioso nas escolas. Nenhum vídeo que circulou no início de 2019, ela é entrevistada pela pastora Cynthia Ferreira, então coordenadora do Portal Fé em Jesus.

Em outro vídeo antigo, que viralizou após ser veiculado pela imprensa holandesa, Damares declarou em uma palestra, em 2013, que especialistas na Holanda ensinaram aos pais como “massagear sexualmente suas crianças”.

“(Especialistas) Eles ensinaram que o menino tem que se masturbar com 7 meses de idade para quando ele chegar na fase adulta; ele pode ser um homem saudável no sexo, e a menina que tem uma vagina manipulada desde cedo para que ela tenha prazer na fase adulta “, afirmou uma pastora. “Estão até distribuir uma cartilha para os pais como massagear sexualmente suas crianças.”

Hotéis-fazenda de fachada para turista se relacionam com animais

Também em um vídeo de 2013 que circulou após Damares se tornar ministro, ela disse que muitos hotéis-fazenda no País são “fachada” e são locais usados ??para “turista ir transar com animais”.

Meninas sofrem abuso sexual na Ilha de Marajó ‘porque não têm calcinha’

Em julho, Damares provocou polêmica durante o lançamento do programa Abrace ou Marajó, de combate à exploração sexual e à violência na Ilha de Marajó, no Pará. Segundo a ministra, as meninas são vítimas de abuso no arquipélago por não usarem calcinha.

“As meninas lá são exploradas porque não têm calcinha, não usam calcinha, são muito pobres”, afirmou Damares. “Me disseram: ‘Por que o ministério não faz uma campanha para levar calcinhas para lá?’. Conseguimos um monte, mas por que levar calcinhas?”

Silêncio em coletiva para mostrar ‘como é difícil uma mulher ficar em silêncio’

Em novembro, um ministério ficou em silêncio e deixou uma coletiva de imprensa sem falar com jornalistas. Damares saiu do local minutos antes da cerimônia de lançamento da campanha de governo de enfrentamento à violência contra uma mulher. Mais tarde, ela alegou ter sido uma encenação.

“Fique em silêncio para que vocês sintam como é difícil uma mulher ficar em silêncio. Quer falar tanto com vocês hoje, dizer para vocês sobre essa campanha belíssima, eu prefiro silêncio. É muito ruim tirar uma voz de uma mulher”, afirmou Damares. “Obrigado por terem participado, voluntariamente, involuntariamente da campanha.”

Estadão Conteúdo. 

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