Menu
Política & Poder

Relatório da Abin fala em diferentes frentes de organização no 8 de Janeiro

O documento mostrou também a presença de militares da reserva entre os integrantes do grupo que tramava o golpe

Camila Bairros

20/07/2023 10h53

Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil

Ainda sobre os desdobramentos do 8 de Janeiro, quando vândalos invadiram a Praça dos Três Poderes, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) compartilhou com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas 11 relatórios de inteligência que descrevem as diversas frentes da organização da invasão e depredação do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto. Os documentos foram revelados pela Globo e mostram uma espécie de roteiro da tentativa de golpe.

Nos relatórios, foram identificados os suspeitos de financiar e divulgar os atos, bem como os organizadores e os planos – dentre eles, ataques a torres de energia e a sistemas de controle do Distrito Federal.

A Abin apontou 83 pessoas e 13 organizações como contratantes dos 103 ônibus fretados que transportaram os bolsonaristas para Brasília. A maioria deles são empresários da região Sul e Sudeste. Porém, o órgão alertou que é provável que os contratantes tenham sido usados como “laranjas” para ocultar os verdadeiros financiadores.

Um dos relatórios identificou outros 272 caminhões que integraram os comboios que tinham como destino o Distrito Federal. Pelo menos a metade deles pertencia a empresas, o que demonstra o envolvimento de grupos empresariais no financiamento dos acampamentos.

De acordo com a Abin, as ações violentas foram premeditas, já que nos grupos foi possível encontrar mensagens que aconselhavam o uso de máscaras de proteção contra gás, vestimentas militares e porte de armas brancas. Além disso, as mensagens mostravam que outras regiões do Brasil também eram alvos em potencial.

O documento mostrou também a presença de militares da reserva entre os integrantes do grupo que tramava o golpe, buscando impedir a diplomação de Lula, presidente eleito.

Houve também a participação de empresários do agronegócio como patrocinadores dos atos golpistas, que são pertencentes ao Movimento Brasil Verde e Amarelo.

Mais apoiadores

Um relatório foi divulgado com a identidade de um influenciador digital responsável pela convocação de bolsonaristas para o ato golpista. Ele participava de grupos extremistas em um aplicativo de mensagens, e teria diso aos vândalos que estava estruturando um grupo paramilitar no Rio de Janeiro para promover um treinamento e armamento para os membros.

Outro apoiador foi um candidato a deputado distrital do PTB, que teria comprado passagens para os eleitores de Bolsonaro. De acordo com a investigação, ele participou da tentativa de invasão na sede da Polícia Federal em dezembro e dos atos golpistas de janeiro.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado