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Política & Poder

PT traz os mesmos erros que geraram a recessão com Dilma, diz Maia sobre revogar reforma trabalhista

Maia, que foi um dos principais articuladores da reforma em 2017, afirma que as mudanças na legislação trabalhista aprovadas pelo Congresso não violaram direitos

FolhaPress

05/01/2022 0h08

Foto: Câmara dos Deputados

Guilherme Seto
São Paulo, SP

O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) criticou a discussão colocada por Lula (PT) e por Gleisi Hoffman, presidente do PT, sobre a revogação da reforma trabalhista no Brasil.

Como mostrou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, eles publicaram mensagens nas redes sociais manifestando empolgação com a reforma trabalhista que foi acordada entre governo, empresários e sindicatos de trabalhadores na Espanha.

“O PT parece que vem para esse processo eleitoral trazendo os mesmos erros que geraram a grande recessão que o Brasil passou durante dois anos do governo Dilma. Principalmente do governo Dilma, mas também a parte final do governo Lula, com uma matriz econômica de proteção a empresas brasileiras, de incentivos fiscais como IPI e desonerações e gastos crescentes”, diz o deputado.

Maia, que foi um dos principais articuladores da reforma em 2017, afirma que as mudanças na legislação trabalhista aprovadas pelo Congresso não violaram direitos fundamentais dos trabalhadores e diz que a reforma brasileira “foi no caminho correto para incentivar a geração de empregos no Brasil”.

Segundo ele, revogar a reforma iria “engessar o mercado de trabalho” e a solução para reduzir os altos índices de desemprego passam por uma melhor qualificação dos trabalhadores e por maior qualidade no ensino público do país.

“O que tem acontecido -e aconteceu de 2020 para 2021- é a recuperação do emprego sempre no emprego precário, na informalidade. O PT vê a questão do emprego pela ótica equivocada. O Brasil não vai voltar a crescer criando restrições, criando um Estado paternalista. O Brasil vai crescer se criarmos condições para melhorar a produtividade do trabalho brasileiro e a qualidade do ensino”, diz.

“As leis trabalhistas da ditadura Vargas, que foram reduzidas em 2017, estão no caminho correto. Tem proteção, sim, diferente do que muitos pensam e elogiam sobre a matriz econômica da China, que não tem nenhum tipo de proteção social, o bem-estar social tão defendido pela esquerda de forma correta. Mas tenho certeza que não é isso que a esquerda vai defender, um país como a China, que não tem lei previdenciária, trabalhista”, afirma Maia.

Maia afirma que o debate atual deveria passar pela igualdade de gênero no mercado de trabalho e pela qualificação formal da população negra. “O maior problema do Brasil não está na boa reforma trabalhista que fizemos, mas na questão estrutural”, afirma.

Na Espanha, a nova reforma, chamada também de “contrarreforma”, revisa uma que foi feita em 2012 e que teria impulsionado a precarização das condições de trabalho no país.

Entre outras medidas, a reforma atual extingue os contratos por obra, limita os contratos temporários (que correspondem a cerca de 25% dos empregos no país) e estabelece regras mais rigorosas nas terceirizações.

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