Carolina Linhares
São Paulo, SP
A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo pede que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja multado sob acusação de que o policial federal Danilo César Campetti atuou em sua campanha eleitoral, o que é proibido. A ação será julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Campetti acompanhava Tarcísio e integrava sua equipe de segurança no dia 17 de outubro, quando um tiroteio em Paraisópolis interrompeu a campanha do então candidato.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do governador e aguarda a manifestação a respeito da ação eleitoral.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, há prova de que Campetti empregou seus instrumentos de trabalho (arma e distintivo) em benefício de Tarcísio, o que é proibido. A lei eleitoral, buscando equilíbrio entre os candidatos, veda que agentes, serviços e recursos públicos sejam utilizados para beneficiar algum postulante.
“A ação demonstra que a chapa fez uso de bens móveis públicos e de serviços prestados pelo servidor público Danilo César Campetti, em ato de campanha em 17 de outubro de 2022. O servidor utilizou indevidamente sua arma e distintivo oficial na ocasião, bens móveis pertencentes ao órgão público ao qual está vinculado (Polícia Federal)”, afirma a assessoria da procuradoria em nota.
O próprio Ministério Público, porém, afirma na ação que a participação de Campetti na campanha não é um fato relevante o suficiente para provocar uma diferença de votos a favor de Tarcísio e, por isso, não cabe pedir a cassação de seu diploma de eleito, apenas aplicar uma multa.
Tarcísio e a sua equipe visitavam um projeto social que inaugurou um polo universitário. Não houve feridos entre os integrantes da comitiva. Um homem de 38 anos morreu no tiroteio -segundo a polícia, ele tinha registro sob suspeita de roubo.
Imagens do ocorrido mostram Campetti, o agente bolsonarista, com arma em punho durante a saída de pessoas do prédio onde Tarcísio estava. Ele foi candidato a deputado estadual pelo Republicanos e ficou com uma vaga de suplente –segundo a assessoria de Tarcísio, ele estava de folga no dia da ocorrência e acompanha as agendas por ter relação pessoal com o candidato.
Um áudio obtido pela Folha de S.Paulo aponta que um integrante da campanha de Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio.