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Política & Poder

Obras atrasam e inauguração do aterro sanitário de Samambaia só sai em agosto

Arquivo Geral

08/07/2016 6h29

Kleber Lima

Francisco Dutra
[email protected]

O brasiliense ainda terá que conviver por muito tempo com o Lixão da Estrutural. Ao abrir as portas do aterro sanitário de Samambaia, o governo Rollemberg não fechará imediatamente a controversa e poluente área de depósito de dejetos.

A nova unidade começará as atividades recebendo apenas poucas toneladas de detritos. O processo de ativação plena e o, consequente, fechamento do Lixão levará pelo menos 12 meses. Por falar em tempo, a inauguração do aterro sanitário de Samambaia atrasou, mais uma vez. E a obra será entregue de forma incompleta.

A gestão Rollemberg prometeu o começo dos trabalhos do sistema operacional do tratamento de lixo para junho deste ano. No mais tardar, no começo de julho. Mesmo sendo uma das principais promessas de campanha eleitoral e necessária para fechamento do Lixão da Estrutural, a obra não foi concluída no prazo.

Agora, na busca de uma agenda positiva, o governo promete entregar a obra “parcialmente” em agosto.

Segundo o diretor técnico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Paulo Celso dos Reis, o cronograma não foi cumprido por uma série de fatores. Uma das empresas contratadas decidiu cobrar uma divida pendente de 2014, tempos do governo Agnelo. Sem pagamento, suspendeu o serviço. Após onga negociação, o SLU conseguiu fechar acordo para retomar os trabalhos.

Também pesaram para o atraso a falta de recursos e as surpresas climáticas: neste ano as chuvas caíram no Distrito Federal de forma atípica. O projeto também depende a expedição de uma licença de operação do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF (Ibram) para abrir as portas.

A inauguração será incompleta porque edifícios administrativos serão entregues em um segundo momento. Além de servir como suporte para os trabalhadores, estes prédios serão usados para programas sociais. Mesmo desta forma, o diretor assegurou que as instalações terão plenas condições de começar as operações. “Não vamos ser irresponsáveis. Não são necessários auditórios para termos o funcionamento com segurança do aterro”, enfatizou.

Agora, centrais de triagem

O governo pretende lançar os primeiros editais de licitação para a construção das centrais de triagem de lixo a partir deste mês. O custo dee ser de aproximadamente R$ 40 milhões. Como o aterro sanitário deverá operar sem a presença de pessoas na separação dos dejetos, as centrais são fundamentais para seu processamento prévio.

O projeto conta com sete centrais de triagem e uma central comercial, distribuídas em pontos do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Ceilândia e Asa Sul. O governo promete utilizar as unidades para empregar os 2 mil catadores que hoje sobrevivem em condições degradantes no Lixão.

“O Escritórios de Projetos da Governadoria está preparando o plano para o emprego dessa comunidade. Este tema foi escolhido pelo governador como uma prioridade”, comentou Paulo Celso dos Reis.

Quando atingir o pleno funcionamento, o aterro recebera 200 caminhões de lixo por dia. O complexo terá um quadro de 96 pessoas. Mesmo após o encerramento, o governo estuda a possibilidade que Lixão da Estrutural receba os detritos da construção civil.

O fechamento do Lixão é uma promessa recorrente dos governadores do DF. Além de compromisso “carimbado” de campanhas, o encerramento das atividades do controverso depósito de detritos foi determinado por uma decisão judicial em 2007. O Ministério Público fiscaliza e cobra providências do Buriti.

Tecnicamente, o aterro pode ter uma vida útil de 13 anos. No entanto, o SLU está construindo convênios com municípios da Região Metropolitana para depositar dejetos em outros aterros e assim ampliar o período de funcionamento da unidade do DF para 20 anos. O custo da obra é de R$ 30 milhões. O gasto mensal de operação é próximo de R$ 1,5 milhão.

Jornal de Brasília antecipou

  1.  Na reportagem “Obra mal passa da metade”, publicada em 18 de janeiro deste ano, o Jornal de Brasília detalhou a situação da obra, noticiando que não seria entregue no prazo prometido pelo GDF.
  2. Condições degradantes de trabalho, poluição, risco de proliferação de doenças. O Lixão da Estrutural é uma das maiores vergonhas e ameaças para a população do DF.
  3. O novo aterro de Samambaia tem 76 hectares de área. Deste total, 32 hectares serão destinados para depósito de dejetos. O projeto será a espinha dorsal de toda a política de limpeza urbana do DF.

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