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Política & Poder

Pastores acusam convenção batista de ‘entrar na guerra política’ e saem em defesa de líder pró-Lula

Organização condenou o pastor Sergio Dusilek por participar de um ato de apoio à campanha do petista

FolhaPress

16/09/2022 6h33

O pastor Sergio Dusilek participa de evento em apoio à campanha de Lula (PT) para a Presidência da República, no Rio de Janeiro – Arquivo Pessoal

O movimento Batistas por Princípios, formado por pastores da Igreja Batista, criticou a Convenção Batista Brasileira (CBB) após a organização condenar o pastor Sergio Dusilek por participar de um ato de apoio à campanha de Lula (PT) para a Presidência da República.

Como mostrou a coluna, ele decidiu renunciar à presidência da Convenção Batista Carioca depois de ser atacado por outras lideranças religiosas. Livros de sua autoria chegaram a ser queimados.

O pastor Edvar Gimenes de Oliveira, uma das lideranças dos Batistas por Princípios, enviou uma carta ao presidente da CBB, Hilquias Paim. Na mensagem, ele diz que a organização “decidiu entrar na guerra política nas eleições” deste ano.

A CBB emitiu uma nota declarando “total estranheza e desaprovação” pela atitude de Dusilek.

Na mensagem, o pastor Edvar pede que a diretoria da CBB “corrija imediatamente sua manifestação”.

Ele afirma ainda que o episódio pode resultar em “longos processos judiciais, com razoável probabilidade de [a CBB] sucumbir por difamação e danos morais, em face da manifestação de seu posicionamento frente ao pleito eleitoral”.

O pastor Oliver Costa Goiano, também do movimento Batistas por Princípios, diz que “o projeto bolsonarista é um projeto de golpe de Estado” e que “infelizmente boa parte da liderança batista não entendeu, ou entendeu e apoia”.

“O movimento Batistas por Princípios quer mostrar que a igreja não é um curral bolsonarista e nasce para ser uma resposta ao fundamentalismo religioso que está invadindo instituições sérias”, afirma.

Ele ressalta que o pastor Dusilek participou de um comício, um lugar próprio para manifestações políticas, e falou em nome dele próprio, não da convenção. “Ao contrário do bolsonarismo, que está usando o púlpito da igreja”, prossegue o líder religioso.

De criação católica, Bolsonaro construiu relações com a igreja evangélica. Além de ter filhos com formação batista, o presidente foi batizado em 2016 em Israel pelo pastor Everaldo (PSC) e teve seu último casamento celebrado pelo chefe da igreja Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia, um dos mais aguerridos defensores de sua candidatura.

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