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Política & Poder

Para a CPMI, Anderson Torres diz que viajou para os EUA ‘tranquilo’

O ex-secretário da SSP-DF começou seu depoimento afirmando que “sempre atuou de forma técnica” no comando da segurança

Camila Bairros

08/08/2023 12h31

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em mais um dia de reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), parlamentares ouvem hoje o depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele foi indiciado por omissão nos ataques do dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e chegou a ficar quatro meses preso, mas está solto desde 11 de maio. Ele segue cumprindo medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.

Por isso, pelo recolhimento cautelar, a sessão precisa ser encerrada até às 20h. Antes de dar a fala ao ex-ministro, Arthur Maia lembrou que Torres não pode se comunicar com os senadores Flávio Bolsonaro e Marcos do Val, que estavam presentes.

Torres começou seu depoimento afirmando que “sempre atuou de forma técnica” no comando da segurança.

Depois, questionado sobre a ‘minuta golpista’ encontrada pela Polícia Federal em sua casa, Torres voltou a dizer que se tratava de algo “fantasioso”, uma “aberração” sem “validade jurídica”. Ele afirmou que o documento seria jogado no lixo.

O ex-ministro seguiu declarando que o planejamento para aquele fatídico dia 8 de janeiro não indicava qualquer risco de ruptura ou eventos de terrorismo. Segundo Torres, considerando os planos de monitoramento para aquela manifestação, “só se caísse uma bomba” os atos teriam chegado àquele patamar de destruição.

Como, de acordo com ele, não havia qualquer indício de ato violento, a viagem que tinha marcada para o dia 6, para os Estados Unidos, foi mantida.

“Naquele dia, naquela sexta-feira, os acampamentos estavam praticamente desmontados, Dutra precisava da secretária de desenvolvimento social para tirar os vulneráveis, os moradores de rua, antes de fazer o desmonte final do acampamento. Essa foi a imagem que eu viajei com ela na cabeça, de pouquíssimas pessoas naquela sexta-feira, dia 6, nos acampamentos, eu jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer, que aquilo ia virar de novo e se tornar o 8 de janeiro. Quando eu viajei não havia informação de inteligência”, afirmou o ex-secretário da SSP-DF.

Plano de Ações Integradas

No depoimento, Torres disse que deixou um Plano de Ações Integradas antes de viajar, e que, se a Praça dos Três Poderes tivesse sido realmente isolada, os ataques terroristas não teriam acontecido.

“Se a Praça dos Três Poderes tivesse realmente isolada, não teria acontecido isso, senadora, eu fui secretário de segurança aqui durante dois anos e três meses e eu digo à senhora com experiência que não teria acontecido”, respondeu ele para a senadora Eliziane.

“Eu viajei extremamente tranquilo por esses dois fatores. Primeiro, as imagens do acampamento daquele dia e, segundo, o Plano de Ações Integradas que ficou assinado com as determinações para as instituições e órgãos e agências trabalharem no dia do 8 de janeiro”, completou o delegado.

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