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Política & Poder

Os principais ministros do governo Lula

Confira os principais ministros do gabinete de Lula, que terá onze mulheres, cinco negros e dois indígenasde um total de 37 pastas

Redação Jornal de Brasília

06/01/2023 7h46

Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza, nesta sexta-feira (6), a primeira reunião ministerial com os 37 membros de um gabinete numeroso e marcado por escolhas de pessoas de confiança, nomes de peso do Nordeste e maior diversidade em relação ao governo anterior.

A maioria dos novos ministros tomou posse esta semana com discursos direcionados para a luta contra a fome e a importância de um modelo econômico mais sustentável. Os escolhidos por Lula também enfatizaram a necessidade de uma “reconstrução”, após os quatro anos de governo de Jair Bolsonaro (PL).

Confira os principais ministros do gabinete de Lula, que terá onze mulheres (um recorde, embora a paridade de gêneros ainda esteja longe), cinco negros e dois indígenas de um total de 37 pastas, contra as 23 de Bolsonaro.

Fernando Haddad, fiel aliado de Lula na Fazenda

Lula nomeou um de seus aliados mais fiéis, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), para o Ministério da Fazenda, para desgosto de certos representantes da comunidade empresarial, que preferiam o perfil de um economista mais conservador.

Um grande desafio para este advogado de 59 anos, que chefiou o Ministério da Educação de 2005 a 2012, durante os governos anteriores do PT.

Considerado por muitos o sucessor natural de Lula, Haddad teve que substitui-lo como o candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018, vencidas por Bolsonaro. Na época, Lula, que estava preso, foi declarado inelegível.

Durante o discurso de posse, na segunda-feira, Haddad tentou tranquilizar os mercados: “Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o país volte a crescer para suprir as necessidades da população no âmbito social (…), para garantir um equilíbrio e sustentabilidade fiscal”.

Marina Silva, referência ambientalista

Marina Silva (Rede), figura emblemática do movimento ambientalista, está de volta ao Ministério do Meio Ambiente – agora chamado Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – com a tarefa hercúlea de frear o avanço do desmatamento na Amazônia, que disparou durante o governo de Bolsonaro.

Esta mulher negra de 64 anos, de infância pobre no Acre, se comprometeu na quarta-feira durante a posse a fazer com que o Brasil deixe de ser um “pária ambiental” e se torne “um país que contribui” no combate contra a mudança climática.

Marina já havia conseguido reduzir o desmatamento ao chefiar a mesma pasta entre 2003 e 2008, durante os dois primeiros mandatos de Lula (2003-2010), mas renunciou em 2008, afirmando não ter mais apoio dentro do governo.

Segundo ela, o novo governo lutará pela preservação do meio ambiente de forma “transversal”, coordenada entre as várias pastas, incluindo o recém-criado Ministérios dos Povos Indígenas, chefiado por Sônia Guajajara (PSL), líder indígena reconhecida como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

Ex-governador Flávio Dino na Justiça

Quatro ex-governadores do Nordeste, reduto eleitoral de Lula, foram nomeados para ministérios importantes, como o da Educação, que será chefiado pela cearense Camilo Santana (PT).

Um dos homens fortes do governo ‘Lula 3’ é Flávio Dino (PSB), de 54 anos, novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Este ex-juiz foi deputado e governador do Maranhão (2015-2022).

Antes de Lula assumir a Presidência, Flávio Dino fez diversas aparições nos meios de comunicação, mostrando-se preocupado com a segurança da posse, condenando em particular o “terrorismo inaceitável” dos apoiadores de Bolsonaro, após a descoberta de uma bomba em um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto de Brasília, na véspera do Natal.

Mauro Vieira para “reconstruir pontes” no exterior

Diplomata de carreira, Mauro Vieira, de 71 anos, definiu como sua missão à frente do Ministério das Relações Exteriores “reconstruir pontes” entre o Brasil e a comunidade internacional.

Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, o Brasil abandonou sua tradição de multilateralismo, alinhando-se fortemente com o ex-presidente americano Donald Trump e outros líderes da direita e até da extrema direita, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.

Vieira, que chefiou o Itamaraty em 2015 e 2016 durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), garantiu durante o discurso de posse, na segunda-feira, que “o Brasil está de volta”.

Silvio Almeida, um intelectual negro nos DH

Este jurista e filósofo negro de 46 anos é um dos principais intelectuais do país.

Seu discurso de posse como ministro dos Direitos Humanos foi um dos que tiveram maior destaque na semana.

“Vocês existem e são valiosos para nós”, afirmou, sob aplausos, ao citar uma por uma as minorias mais vulneráveis da sociedade brasileira, como os negros, os indígenas, as pessoas portadoras de deficiência, as que vivem em situação de rua e a comunidade LGBTQIA+.

© Agence France-Presse

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