Menu
Política & Poder

Oposição marca novos atos contra Bolsonaro para 24 de julho e eleva pressão sobre Lira

Decisão saiu de uma reunião nesta terça-feira (22) entre líderes da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, fórum de entidades que fizeram os atos anteriores

Redação Jornal de Brasília

22/06/2021 12h55

Foto: Paulo Pinto / AFP

Joelmir Tavares
São Paulo, SP

Movimentos sociais e organizações de esquerda marcaram para 24 de julho, sábado, um novo ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), depois de levarem milhares de pessoas às ruas em protestos no dia 29 de maio e no sábado passado (19), em cidades do Brasil e do exterior.

A decisão saiu de uma reunião nesta terça-feira (22) entre líderes da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, fórum de entidades que fizeram os atos anteriores. A bandeira do impeachment será reforçada, com pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), paute um dos pedidos.

As ações de rua são vistas com cautela por parte dos organizadores em meio à pandemia do coronavírus. O tema foi levantado na reunião desta terça, mas a avaliação geral foi a de que foi possível manter a obediência às regras sanitárias nos atos anteriores, principalmente o uso de máscara.

Na última semana, houve média de cerca de 2.000 mortos por dia pelo coronavírus Sars-CoV-2. A média diária de novos casos está em torno de 70 mil, o que deixa o atual momento entre os piores da pandemia.

As críticas pelo incentivo a aglomerações são rebatidas pelos responsáveis com o argumento de que a ida às ruas se tornou inevitável diante dos problemas do governo e o descaso com a crise de saúde e a compra de imunizantes, assuntos escrutinados pela CPI da Covid, em curso no Senado.

Outra justificativa é a de que os atos se diferenciam daqueles promovidos por bolsonaristas —alguns, como as recentes motociatas, tiveram a presença do presidente—, em que muitos participantes desrespeitam as regras de proteção e distanciamento que evitam a disseminação do vírus.

Além da saída de Bolsonaro, as principais pautas da manifestação vão se manter: o pedido de mais vacinas contra a Covid-19 e de auxílio emergencial de R$ 600. A manifestação no sábado coincidiu com a marca de 500 mil mortos pela doença no país, número lembrado em cartazes e discursos.

Lira disse, em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira, que a cifra de mortos, por si só, não é motivo suficiente para pautar o impeachment do presidente e que falta “circunstância política” para desengavetar um dos mais de 110 pedidos em análise na Câmara.

Ele indicou que a abertura do processo desorganizaria o país e que Bolsonaro tem base de apoio popular para se contrapor à ameaça de deposição. “O impeachment é feito com circunstâncias, com uma política fiscal desorganizada, uma política econômica troncha. O impeachment é político”, afirmou Lira.

Os protestos do fim de semana tiveram maior adesão em relação aos de maio. A quantidade de organizações que endossam a realização dos protestos e o número de cidades com atividades programadas também cresceu.
Segundo o fórum de organizadores, houve 427 atos em 366 cidades do Brasil, incluindo as 27 capitais, e em 42 cidades do exterior em 17 países, com um público total de 750 mil pessoas.

No mês passado, ainda de acordo com a coordenação, houve no total 227 atos, distribuídos em 210 cidades no país e 14 cidades no exterior, com cerca de 420 mil pessoas. ?

Bolsonaro ironiza manifestação pequena, e apoiadores criticam violência

A reação do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores, assim como no protesto anterior, foi a de minimizar a dimensão da mobilização e, desta vez, de apontar episódios de violência para deslegitimá-la.

Bolsonaro usou o vídeo de um protesto feito por um pequeno grupo de pessoas em Paranaguá (PR) para ironizar as manifestações.

“Manifestação contra Bolsonaro fecha rua e paralisa o centro de Paranaguá”, disse nas redes sociais. O vídeo mostra um grupo de oito pessoas caminhando sob a chuva, com uma faixa que traz a mensagem “Fora Bolsonaro! Vacina para todos já! Auxílio emergencial de R$ 600”.

As informações são da FolhaPress

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado