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Política & Poder

Operação contra espionagem ilegal no governo Bolsonaro põe foco em Ramagem, ex-diretor da Abin

A operação desta sexta-feira prendeu dois servidores da Abin que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares

Redação Jornal de Brasília

21/10/2023 7h58

RAMAGEM

Rio de Janeiro – O delegado de Polícia Federal (PF), Alexandre Ramagem Rodrigues durante coletiva de imprensa sobre operação Cadeia Velha, na sede da superintendência regional da PF (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A Operação Última Milha deflagrada nesta sexta-feira, 20, pela Polícia Federal (PF) para apurar um esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) coloca o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor do órgão, no centro das atenções do escândalo de monitoramento de políticos, jornalistas, advogados, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários do governo do ex-chefe do Executivo.

Aliado fiel do clã Bolsonaro, Ramagem esteve à frente do Abin durante o período em que os servidores presos teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem, entre julho de 2019 e abril de 2022. A operação desta sexta-feira prendeu dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou ainda o afastamento de cinco servidores da Abin, entre eles, dois diretores atuais do órgão. Na casa de um deles, Paulo Maurício, a PF apreendeu US$ 171.800,00 em espécie durante as diligências cumpridas na manhã desta sexta. A sede da Abin também foi alvo de buscas.

Pressionado pela operação da PF desta sexta, Ramagem diz que as diligências só foram possíveis graças ao “início de trabalhos de austeridade” promovidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em nota publicada nas redes sociais, Ramagem diz que o objeto da operação desta sexta, a ferramenta de monitoramento FirstMile, foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro, mas que ao assumir a gestão da Abin determinou uma auditoria interna e encaminhou o contrato do sistema de espionagem para a corregedoria interna da agência. Ele não nega a ação dos servidores.

  1. “Esse sistema objeto da operação de hoje na Abin foi adquirido em 2018, antes do governo Bolsonaro.
  2. Quando assumimos a Abin, em 2019, promovemos auditoria formal de todos os contratos.
  3. O referido sistema não faz interceptação, mas demonstrava fazer localização. Mesmo tendo passado por prova de conceito técnico e parecer favorável da AGU para aquisição (2018), nossa gestão resolveu encaminhar à corregedoria para instaurar correição.
  4. A operação de hoje só foi possível com esse início de trabalho de austeridade promovido na nossa gestão (governo Bolsonaro).
  5. Rogamos que as investigações prossigam atinentes a fatos, fundamentos e provas, não se levando por falsas narrativas e especulações”, escreveu.

Estadão Conteúdo

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