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Política & Poder

Novo ministro alia área do agronegócio com questão ambiental, diz Mourão após Leite cancelar reunião

“Acho que ele tem essa capacidade”, disse Mourão, ao chegar ao gabinete da vice-presidência, em Brasília.

Redação Jornal de Brasília

25/06/2021 12h18

Foto: AFP

Ricardo Della Coletta
Brasília, DF

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, na manhã desta sexta-feira (25), que o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, tem capacidade para equilibrar a pauta do agronegócio com proteção ambiental. “Vejo a capacidade dele de saber equilibrar as coisas entre aquilo que são as necessidades do meio rural e as necessidades de proteção do meio ambiente. Acho que ele tem essa capacidade”, disse Mourão, ao chegar ao gabinete da vice-presidência, em Brasília.

Antes de ingressar no governo Bolsonaro, Leite era conselheiro da SRB (Sociedade Rural Brasileira). Mourão comanda o Conselho da Amazônia, órgão responsável por coordenar o combate a ilícitos ambientais no bioma. Ele afirmou na quinta (24) que teria uma primeira reunião com Leite nesta sexta, mas o encontro foi adiado.

“O ministro pediu mais uma semana para ele tomar pé da situação. O Joaquim é o coordenador da comissão de preservação do Conselho [da Amazônia], então ele tem trabalhado bastante com a gente. É um cara que alia o conhecimento da área do agronegócio com a questão ambiental, acho que vai fazer um excelente trabalho. Mas ele pediu mais uma semana porque eu acho que o negócio aterrissou em cima dele meio de supetão assim”, afirmou Mourão.

Leite assumiu o ministério após o pedido de demissão de Ricardo Salles, um dos principais expoentes da ala ideológica do governo Jair Bolsonaro. Leite passa a conduzir um ministério desestruturado por seu antecessor e com um corpo técnico rompido com o comando da pasta. Também chega à Esplanada sem apoio no Congresso ou na ala ideológica do governo, no momento em que Itamaraty e o Ministério da Agricultura atuavam para alijar Salles das negociações internacionais do Brasil na área ambiental.

O Brasil está sob forte pressão internacional pelo aumento do desmatamento na Amazônia e pela hostilidade de Bolsonaro aos movimentos indígena e ambientalista. Maio foi o pior mês de avisos de desmatamento na Amazônia nos últimos anos, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No período, foram emitidos alertas em uma área correspondente a 1.391 km².

Nesta sexta, Mourão disse avaliar que Salles pediu para deixar a Esplanada “para preservar até o próprio governo”.
O ex-ministro é alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de ligação com um esquema de contrabando internacional de madeira. O vice disse ainda que espera dados melhores em junho em relação à preservação.

“Acho que até nós tivemos resultados melhores agora em junho. Ontem eu recebi o relatório, tivemos redução de quase 6% no desmatamento, também das queimadas. Pessoal que está no campo está trabalhando, ainda estou com a esperança que a gente atinja até o final do mês que vem aquele objetivo dos 15% de redução [no desmatamento]”. Diante do avanço do desmatamento, Bolsonaro deu luz verde para a renovação da operação GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em que militares fazer ações de fiscalização ambiental na Amazônia. Ele afirmou que no momento aguarda liberação dos recursos para dar início à ação.

As informações são da FolhaPress

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