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Política & Poder

“Não recebi os alertas da Abin”, revela Penteado à CPI da CLDF

O ex-secretário-executivo negou ter recebido qualquer relatório que informasse tumulto na região central de Brasília

Camila Bairros

04/09/2023 12h27

Foto: Reprodução

Convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, o general Carlos Penteado, que era o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), revelou não ter recebido nenhum alerta da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no fatídico dia 8 de janeiro de 2023, quando vândalos invadiram os prédios da Praça dos Três Poderes.

“Os alertas produzidos pela Abin não chegaram ao meu conhecimento, nem ao responsável pela segurança do Palácio do Planalto e nem ao secretário de Segurança e Coordenação Presidencial”, disse ele em depoimento.

Penteado foi convocado para depor depois que G. Dias falou à CPI e citou que seu ex-secretário-executivo chegou a sinalizar um cenário de tranquilidade às 14h do dia 8 de janeiro, o que foi prontamente negado por ele.

Logo no começo do depoimento, Penteado disse que a primeira semana de janeiro foi bem agitada por ser começo de governo, mas que, assim como a posse, tudo ocorria sem grandes alterações. “Havia a notícia de esvaziamennto dos acampamentos, e a expectativa era de que fosse retomada a vida rotineira de Brasília.”

O ex-secretário-executivo negou ter recebido qualquer relatório que informasse tumulto na região central de Brasília. “Não recebi relatório, nem mensagem de WhatsApp e nem qualquer ligação alertando da possibilikdade de ações violentas na Praça dos Três Poderes, então só tomei conhecimento da existência deles por meio da imprensa”, completou.

Sobre não ter chamado G. Dias ao local na hora do tumulto, Penteado disse ter sugerido que ele não fosse por segurança, e “por ter considerado que, pelo cargo, não seria conveniente sua presença no local”. Porém, o ex-secretário-executivo disse ter deixado claro que a situação não era de normalidade, já que o rompimento das barreiras indicava que a situação poderia piorar.

“Quando recebi a ligação do comandante militar do Planalto dizendo que a situação havia se agravado e seria necessário o envio de mais tropas, e prontamente o fiz”.

De acordo com ele, o ministro G. Dias chegou ao Palácio do Planalto por volta das 15h20, quando reforços já haviam sido solicitados. “Falei que iríamos afastar o pessoal que estava nas imediações do Planalto. Não houve grito. O Plano Escudo era preventivo, não fazia sentido colocar barreiras ou fazer qualquer outra ação que não fosse a retomada do Palácio do Planalto”.

Penteado disse também que foi acompanhado pelo secretário de Coordenação de Segurança Presidencial como parte da tropa de choque do Exército, para retirar manifestantes do jardim do Palácio, e nesse momento, teria sido atacado por manifestantes, por isso o uso exagerado de gás lacrimogênio.

A retomada do Palácio se deu por volta das 17h30. O ex-secretário-executivo fez questão de frisar que sua função partiu de um cargo militar, sem qualquer conotação política-partidária, e que foi designado pelo comandante do Exército para exercê-lo. “Minhas opiniões e pensamentos não são norteadores para o desempenho funcional. Fui covidado por G. Dias para permencer no GSI e aceitei o convite por acreditar que poderia contrbuir com a minha experiência na transição de governo.”

Para completar, Penteado disse que todas as ações conduzidas pelo GSI no dia 8 de janeiro estão diretamente relacionadas à retenção dos alertas produzidos pela Abin por parte do ministro G. Dias, para que fossem acionados todos os meios do Plano Escudo. “Se a coordenação da análise de risco responsável pela elaboração da matr8iz de criticidade tivesse tido acesso ao teor dos alertas encaminhados ao ministro G. Dias pelo diretor da Abin Saulo Moura, as ações previstas pelo Plano Escudo teriam impedido a invasão do Palácio do Planalto”, finalizou.

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