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Política & Poder

Na Bahia, Bolsonaro promete não deixar mais obras paradas no País

“Obras eleitoreiras não aconteceram mais a partir do meu governo”, disse Bolsonaro durante ato de inauguração do aeroporto Glauber Rocha

Aline Rocha

23/07/2019 14h41

Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro prometeu nesta terça-feira, 23, não deixar mais obras paradas no País, mas afirmou que não vai aplicar recursos no que considera projetos com fins eleitorais. “Obras eleitoreiras não aconteceram mais a partir do meu governo”, disse Bolsonaro durante ato de inauguração do aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista (BA).

Na véspera, o governo Bolsonaro anunciou um bloqueio adicional de R$ 1,4 bilhão no Orçamento e revisou a previsão de crescimento da economia de 1,6% para 0,8%. Falando a apoiadores que o aguardavam confinados numa espécie de comício do lado de fora do aeroporto, o presidente admitiu “dificuldades” da economia.

“Nosso governo não tem muito recursos. O Brasil está com dificuldades, mas o pouco que temos muito bem empregaremos”, disse Bolsonaro, usando no palanque um chapéu de vaqueiro.

A construção do aeroporto foi realizada com recursos do governo federal e do governo do Estado. Como o presidente decidiu participar do evento, o Palácio do Planalto assumiu a organização e forneceu um número reduzido de convites ao governo baiano (100 de um total de 600 convidados), o que causou atrito com o governador Rui Costa (PT). O petista desistiu de ir à cerimônia pública e não autorizou que a Polícia Militar fosse empregada na segurança – feita, por consequência, pelo Exército, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

“Não é uma obra minha, nem de qualquer outro presidente ou qualquer governador. É uma obra feita com dinheiro do povo brasileiro”, disse Bolsonaro. “Lamento muito o governador não estar aqui, afinal de contas ele estaria ao lado do seu povo. Nós não temos qualquer preconceito. Não queremos dividir partidos. Não aceitamos, obviamente, o socialismo e o comunismo. Não admitimos mudar a cor da nossa bandeira. Não podemos admitir qualquer partido que queira solapar os valores familiares. Não podemos admitir quem queira deixar de lado, desrespeitar religiões. O Estado é laico, mas nós somos cristãos”, discursou o presidente, a uma plateia fechada.

Conforme o Ministério da Infraestrutura, o aeroporto será aberto para voos comerciais na quinta-feira, dia 25, e beneficiará cerca de 2,3 milhões de pessoas da região. O custo foi de R$ 105,8 milhões – sendo R$ 74,6 milhões repassados pela União. A autorização e o envio dos recursos ocorreram em governos do PT.

Bolsonaro: “repulsa por quem não é brasileiro”

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 23, ter “repulsa por quem não é brasileiro” e criticou “xiitas ambientais”, que, segundo ele, prejudicam o desenvolvimento do turismo no Brasil e a imagem do País no exterior. Bolsonaro falava sobre a intenção de revogar a proteção ambiental da Estação Ecológica de Tamoios, no litoral do Rio de Janeiro, durante a cerimônia de inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, interior da Bahia.

“Eu tenho um sonho. Quero transformar a baía de Angra (dos Reis, no Rio de Janeiro) numa Cancún (balneário mexicano no Caribe). Cancún fatura U$ 12 bilhões anuais. E a baía de Angra fatura o quê? Quase zero, por causa dos xiitas ambientais, esses que fazem uma campanha enorme contra o Brasil lá fora. Eu não sei por que essa gente tem tanto amor por ONGs estrangeiras. O Estado está aparelhado. Não temos preconceito contra ninguém, mas temos uma profunda repulsa por quem não é brasileiro”, disse o presidente.

 

Estadão Conteúdo

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