Um fazendeiro de Tocantins prometeu a cerca de 20 funcionários que pagaria até 16º salário caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse reeleito.
Com base em um vídeo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) processou Cyro de Toledo Júnior, dono da Fazenda Água Fria, por assédio eleitoral contra os empregados.
No vídeo, Cyro aparece conversando com os funcionários e afirma que “se Bolsonaro ganhar, e eu sei que vocês vestem a minha camisa, se o Bolsonaro ganhar, eu dou um 15º salário. E se ele ganhar no primeiro turno, eu dou um 16º salário. Eu quero gente que pense igual a mim e vista a camisa da Fazenda. Certo?!”
Veja o vídeo:
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o fazendeiro afirmou que o vídeo era apenas uma brincadeira, mas, caso Bolsonaro se reeleja, a promessa será mantida.
Segundo as procuradoras e procuradores que assinam a Ação Civil Pública, o teor da denúncia, comprovada pelos vídeos disponíveis e pela entrevista do pecuarista, configuram afronta à livre manifestação do pensamento, à liberdade de expressão e à liberdade de escolha em quem votar.
“Após prometer vantagem pecuniária aos seus empregados, consubstanciada no pagamento de remunerações extras caso determinado candidato à Presidência da República fosse eleito, o réu reafirma a vinculação eleitoral das benesses e admite o uso da situação da vulnerabilidade dos trabalhadores, decorrentes de salários muito baixos, com o intento de manipular e influenciar o voto de seus empregados. Trata-se de genuína confissão de ilícitos trabalhistas e eleitorais”, afirmam os autores da Ação.
Em razão do dano moral coletivo causado, o MPT pede a condenação do réu e de sua empresa em R$ 1 milhão.