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Política & Poder

MPF pede condenação de Aécio Neves por corrupção passiva

Na época, quando Aécio era senador, o dinheiro teria sido dividido em quatro parcelas, transportadas de São Paulo para Minas Gerais

Geovanna Bispo

22/02/2022 17h53

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) reforçou o pedido de condenação do deputado federal Aécio Neves (PSDB) pelo crime de corrupção passiva ao receber R$ 2 milhões do, na época, presidente da J&F, Joesley Batista, em 2017.

Na época, quando Aécio era senador, o dinheiro teria sido dividido em quatro parcelas, transportadas de São Paulo para Minas Gerais. A maior parte do pagamento foi flagrada pela Polícia Federal.

Além da condenação, o MPF ainda pede que Aécio perca seus atual mandatado na Câmara dos Deputados. Os pedidos fazem parte das alegações finais apresentadas pelo Ministério Público, que constituem a última etapa do processo antes do julgamento.

Além de Aécio, a sua irmã, Andrea Neves da Cunha, também responde pelo crime. Ela quem teria solicitado a quantia em nome do irmão. Também foram denunciados Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio e Andrea, e Mendherson Souza Lima, responsáveis pela retirada das parcelas de R$ 500 mil e pelo transporte dos valores até a capital mineira.

O pagamento da propina foi confirmado por Joesley Batista e por Ricardo Saud, ex-diretor da J&F, e confessado por três dos acusados. Provas reunidas no processo confirmam que Aécio Neves reiterou pessoalmente o pedido de dinheiro feito antes por sua irmã. É o que mostra uma gravação realizada por Joesley em um encontro com o ex-senador, na qual o parlamentar combina a entrega das parcelas a seu primo Frederico de Medeiros.

Em sua defesa, o ex-senador alegou que os R$ 2 milhões foram recebidos a título de empréstimo, mas não soube explicar por que não foi elaborado nenhum tipo de contrato que documentasse o negócio e sustentasse sua legalidade. Também não foi esclarecida a razão pela qual esse grande volume de dinheiro foi transportado em espécie e não transferido por meio do sistema bancário.

Segundo o ministério, A intenção do presidente da J&F com os pagamentos era “comprar boas relações” com o então senador e contar com ele como importante aliado político.

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