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Política & Poder

Martins Machado cita trabalho social como trunfo para obter votação expressiva

Arquivo Geral

19/11/2018 7h00

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Eric Zambon
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Martins Machado (PRB) surpreendeu boa parte dos analistas políticos ao somar 29.457 votos e se tornar o deputado distrital mais bem votados do DF este ano. Pastor da Igreja Universal, ele cita seu trabalho social como um trunfo para obter a expressiva votação. “Minha esperança é uma Câmara Legislativa que não tenha o mesmo problema do passado, com escândalos e corrupção”, prega o parlamentar recém-eleito, que tem como prioridades do mandato ajudar na geração de empregos e fiscalizar a Saúde. Ele espera também fazer valer teses do campo conservador, defendendo projetos como o Escola Sem Partido.

Por que se candidatar e o que esperava no começo?
O que levou a gente a entrar nesse desafio foram as pessoas pedindo. Não partiu de mim. Faço um trabalho social há anos que envolve drogados, idosos, crianças, futebol. E eles falavam que eu tinha jeito e perfil de político. Aliado a isso, nosso grupo do PRB chegou à conclusão de que devia ser meu nome e agora estamos aí.

Na política local, o senhor vai ocupar o espaço do deputado Júlio César (PRB), também ligado à Igreja Universal. Terá atuação parecida ou prevê diferença?
Algumas coisas são semelhantes. O PRB é um partido de família, sempre ajudou o esporte e os idosos. O Júlio fez parte da frente parlamentar dos idosos. Agora, independentemente disso, tenho minha visão, meu pensamento. No final, o foco é o povo e vamos lutar para alcançar resultados que beneficiem a sociedade.

O senhor vem de trabalhos filantrópicos antes da política. Qual vai ser a prioridade a curto prazo do seu mandato?
Embora envolvido com essa agenda, a campanha mexeu comigo para detectar o que o povo quer. Não vamos abrir mão do que sempre defendemos, mas detectamos o apelo do povo quanto à saúde, educação e emprego, e quero lutar por isso.

Algum projeto específico?
A saúde e educação são ações do Poder Executivo. Quero fiscalizar ou pleitear a comissão da Saúde, Educação e Cultura (na Câmara), porque fazendo parte da comissão você tem todos os dados e o conhecimento para fiscalizar e ver o que acontece com os recursos, como estão chegando na saúde, se estão comprando equipamento, como é feita a gestão, e também em relação à educação. Vamos acompanhar. Sobre desemprego, vamos lutar por uma carga tributária menor. Temos muitas empresas saindo de Brasília e indo para Goiás porque nossa carga tributária é alta. Conheci um empresário de Samambaia que está mudando a empresa para Anápolis. Ele tem apenas 30 funcionário, mas serão 30 novos desempregados. Queremos atrair empresas e vou caminhar junto com o governador nisso.

Todo mundo nestas eleições que prometeu combater o desemprego falou em aumentar incentivos fiscais. Não acha que só o ataque por esse lado prejudica a arrecadação?
Concordo. Penso que temos de ter números oficiais para a carga tributária ser igual à de Goiás. Sendo igual, será o suficiente para atrair as empresas. A maioria (das empresas) fica nos cercando, no Entorno, com vontade de estar no DF. A maior renda per capita é no DF, o poder aquisitivo está aqui, mas elas vão para outros estados. Deixando a carga tributária igual – não tenho os números – será o suficiente. Mas tem que haver outros planos, outras ações. Tem que ter um complexo industrial no DF. A população cresceu muito e precisa trabalhar.

Teremos a eleição para a Presidência da Câmara. O senhor já sabe se vai apoiar alguém ou ainda não?
Está havendo articulação e estamos sempre nos reunindo. Formamos uma frente de deputados reeleitos com a maioria dos novos. Estamos conversando, debatendo e dessa frente é que sairá o nome. Eu não tenho pretensão de ser presidente da Câmara. Prefiro apoiar alguém até como estratégia política. Quero dar atenção à base, que é a comunidade, aos meus eleitores, e visitá-los sempre. Estando com a Presidência, aumenta a responsabilidade, a demanda e você acaba se distanciando da base.

Julio Cesar foi líder de governo do Rollemberg e o PRB costuma estar na situação e representar o governo eleito. O senhor pretende ser?
Também não, senão estaria em posição semelhante ao de presidente da Câmara. A posição requer tempo, dedicação, empenho, e se pegar uma coisa é para cumprir o melhor possível. Porém, vamos apoiar as medidas do governo, desde que não conflitem com as necessidades do povo.

Existe uma demanda para mudar o status quo da política. Nosso deputado é estadual e vereador em um só e muitas pessoas tem pretensões grandiosas, mas quando assumem veem que o buraco é mais embaixo. O senhor quer revolucionar o que a gente vê ou espera ser pé no chão?
Vou pela segunda. Pé no chão, analisando e estudando a Câmara. Uma coisa é falar com empolgação como os novos – também sou -, mas temos que nos deparar com a realidade. Uma coisa é falar o que vai fazer do outro lado do muro, outra é estar do outro lado do muro. Esses novos, percebi neles que há vontade de atender a população. Eles buscam mudanças, mas ainda não sabem o caminho. Juntos vamos encontrar esse caminho, mas minha esperança é uma CLDF que não venha a ter o mesmo problema do passado, com escândalos e corrupção. Acredito em Câmara mais pura, e para isso temos de sustentar as ideias para ninguém se perder no meio do caminho.

Dois terços dos deputados sofreram processos ou foram investigados, e a credibilidade de cada um deles foi minada. Vê perspectiva de isso mudar?
A palavra é esperança. Não tenho como responder pelos outros, mas o que me anima é ver neles a preocupação. Eles estão preocupados em não praticar a velha política, mas do novo ter práticas novas.

Foram oito reeleitos que já estão na política há algum tempo. É mais fácil eles contaminarem os outros 16 ou vocês mudarem os oito?
Eles devem estar fazendo avaliação do grau de exigência das pessoas. Eles tiveram amigos que não foram eleitos e devem estar pensando que poderiam ter sido eles. Isso requer da parte deles mudança, atualização em termos de comportamento. A soma entre nós vai ser um bom resultado.

Existem pautas conservadoras em avanço no Pais. Um exemplo é o Escola Sem Partido. Essas pautas também avançarão por meio do seu mandato?
A própria sociedade percebeu que a mudança não era para melhor e afetou a família – somos defensores da família – e atinge as crianças, como a ideologia de gênero. Traz perturbação às crianças o conteúdo sexual. Escola Sem Partido porque a gente percebe que ativistas querem formar soldados para o futuro. Então, com isso, o conservador leva vantagem. São mudanças que afetam o lado moral. Já estamos em crise política e ao mesmo tempo essa mudança ? Esses movimentos sempre vão existir, mas eles estão perdendo força.

No seu mandato existe prerrogativa de resistência a ideias progressistas e fortalecimento das pautas conservadoras?
Quando a gente fala que vai resistir a mudanças que atinjam certos valores da família, quero dizer que ao mesmo tempo a gente vai usar do respeito. Sabemos que ninguém pode ser excluído. Tudo isso faz parte da democracia e somos democráticos.

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