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Política & Poder

Manifestantes vão as ruas neste sábado (9) contra decisão do STF

Réus condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado, isto é, depois de esgotados todos os recursos. A decisão levou à soltura do ex-presidente Lula.

Marcus Eduardo Pereira

09/11/2019 18h28

Diversas manifestações ocorreram durante todo o sábado (9), pelo Brasil, contra a decisão do STF sobre a prisão em segunda instância. Movimentos como o Vem Pra Rua e o Brasil Livre (MBL) se organizaram nas principais capitais da cidade para demonstrar sua insatisfação com a decisão que beneficiou o ex-presidente Luís Inacio Lula da Silva.

Recife

O movimento Vem Pra Rua realizou neste sábado, 9, mobilização na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Manifestantes ocuparam uma quadra da via em caminhada de 1 quilômetro desde a Padaria Boa Viagem até o Segundo Jardim. O principal objetivo do protesto foi se posicionar contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, por 6 votos a 5, na última quinta-feira, 7, mudar entendimento sobre a prisão em segunda instância. A medida favoreceu políticos presos pela Lava Jato, entre eles, o ex-presidente pernambucano Luiz Inácio Lula da Silva.

Essa foi a primeira participação da cobradora de ônibus Isabela Regina, de 34 anos, em movimento pró-Bolsonaro. “Estou aqui pela PEC 410 e apoiando o pacote anticrime do (Sérgio) Moro. Viemos hoje não pelo presidente, mas pela nação, para acabar com essa safadeza do STF de ter soltado os bandidos”, disse. A PEC 410, que deve ser votada em comissão na Câmara dos Deputados na próxima semana, permite prisão depois de condenação em segunda instância.

A cobradora, que apoia o Vem Pra Rua pelas redes sociais, acredita que o movimento é sensato e importante para o País. “É uma necessidade para todos nós brasileiros, temos que lutar contra essa impunidade na soltura de bandidos”.

Já a psicóloga Sheyla Paes, de 40, afirmou que começou a frequentar protestos em Boa Viagem pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que, desta vez, se revoltou com decisão do Supremo. “Eu apoio o evento, apoio Bolsonaro, a PEC, a intervenção militar, porque chegou numa situação que é tudo ou nada, não tem meio termo”, ressaltou.

Sheyla acredita que a interpretação da Constituição alterada pela Corte na última quinta-feira beneficia pessoas ricas. “Chegou ao ponto de (o STF) soltar pessoas corruptas. Bandidos, estupradores, assassinos vão ser soltos por advogados. Quem tem grana está solto hoje”.

Em Belo Horizonte

Sem caminhões de som e com muito menos gente do que em protestos anteriores, manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira para defender a prisão após condenação em segunda instância no país. O protesto ocorre dois dias depois de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou entendimento neste sentido e possibilitou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os manifestantes pressionam para que o Congresso Nacional fixe na legislação a prisão em segunda instância.

O aposentado Geraldo Teixeira, 76 anos, mostrava um cartaz com a frase “STF câncer do Brasil”. “Muitas pessoas estão indignadas, mas não mostram que estão indignadas”, disse. Para o administrador de empresas e contador Daniel Maciel, 37 anos, a decisão do Supremo deixa sensação de impunidade. “A prisão tem que ser mais rápida. É assim em outros países. Por que temos que retroceder”?, questionou.

O coordenador do Vem pra Rua em Minas, Max Fernandes, classificou a decisão do STF de “grave retrocesso”. “A decisão do STF sobre a derrubada da prisão após condenação em segunda instância foi um duríssimo golpe no peito dos brasileiros. Para nós, o fim da prisão após segunda instância é um grave retrocesso. Ficará para nós a perda de credibilidade e a sensação de impunidade, principalmente de réus ricos e poderosos”.

Para o representante do Vem pra Rua, cabe agora aos parlamentares em Brasília “corrigir” o posicionamento do STF. “O Congresso tem o dever moral de aprovar rapidamente uma lei, ou Projeto de Emenda Constitucional (PEC), que corrija imediatamente a decisão do STF. Hoje o Brasil estará nas ruas para pressioná-los. Não há tempo para o ‘mimimi’. Temos de agir e fazer ouvir o desejo do cidadão de bem, que repudia o crime e quer ver o Brasil crescer”. Ao mesmo tempo, Fernandes frisou que o movimento é contra intervenções ou “golpe no STF”. “Defendemos o estado democrático de Direito”, afirmou.

O coordenador do Vem pra Rua afirmou que a manifestação deste sábado poderia ser menor pelo fato de um outro protesto ter sido realizado na terça-feira, antes da decisão do STF. Além de Belo Horizonte estavam previstos para este sábado atos em outros 12 municípios de Minas Gerais.
 

Em Salvador

Manifestantes reuniram pela manhã no Farol da Barra, em Salvador (BA). A manifestação foi convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Também houve ato em Ilhéus (BA), na Praça do Teatro Municipal, às 10h, contra a soltura do ex-presidente Lula. Já em Vitória da Conquista (BA) a manifestação começou por volta das 9h na Praça Guadalajara.

Goiânia

Em Goiânia (GO), um protesto ocorreu por volta da 15h, na porta da Polícia Federal. Os manifestantes questionaram, principalmente, a soltura do ex-presidente Lula, ocorrida na sexta-feira (8), após o entendimento do STF.

Rio de Janeiro

A Manifestação começou pela manhã na Avenida Prefeito Mendes de Morais, na orla da Praia de São Conrado, Zona Sul do Rio. Os participantes do ato, em sua maioria trajando roupas nas cores verde e amarela e empunhando bandeiras do Brasil, cobravam a aprovação da PEC que permita reverter a decisão da Corte. Eles também gritavam ofensas contra o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que mora em um prédio localizado na mesma avenida.

 

 

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