Durante sessão nesta quinta-feira (29), a CPI da Covid no Senado aprovou a convocação dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, e do atual ministro, Marcelo Queiroga, para que prestem depoimento sobre ações realizadas pelo governo federal durante a pandemia. Todos irão depor na condição de testemunhas.
Além dos quatro ministros que passaram pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, também será ouvido o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Os depoimentos começam partir da próxima terça-feira (4). Veja a lista:
Terça-feira, 4 de maio: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich
Quarta-feira, 5 de maio: Eduardo Pazuello
Quinta-feira, 6 de maio: Marcelo Queiroga e Antônio Barra Torres
Clima tenso
A sessão da CPI desta quinta (29) foi tensa. Por vezes, senadores bateram boca com o presidente, Omar Aziz, e o relator, Renan Calheiros. A discussão girou em torno dos requerimentos feitos pelos senadores desde que a CPI foi instalada.
Renan, em determinado momento, sinalizou que alguns senadores estariam a fim de desviar o foco das investigações da CPI. “Tem que ver se o senhor [Omar Aziz] vai apreciar também os que vieram diretamente do Palácio do Planalto, porque a imprensa está divulgando hoje. Nós não podemos votar requerimento para tirar o foco da investigação que nós estamos fazendo. O Brasil não vai perdoar nenhum dos senhores que está fazendo isso”, declarou.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO), por sua vez, disse que “o foco da CPI não pode ser aquele que é dado pelo relator”. “essa CPI não pode ser a CPI do ódio”, prosseguiu. Renan retrucou:
“O que eu sei pelo tempo que estou na casa, é que essa coisa de troca de foco, de pegar senadores novos, para ir aqui vir defender coisa indefensável do governo, isso não vai passar”. Marcos Rogério, então, disse: “Senador Renan, afasta seu ódio, senador. Acalme-se, senador. Respire.”
Logo depois, a sessão foi suspensa por 30 minutos. Na volta, alguns dos requerimentos devem ser analisados. O senador Marcos Rogério, que discutiu com o relator, apresentou 33 ao todo, sendo sete de informações e 26 de convocação de autoridades.