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Política & Poder

Lula diz que só fará reforma ministerial se houver uma ‘catástrofe’

O presidente Lula (PT) rejeitou realizar uma reforma ministerial por causa de problemas enfrentados no Congresso Nacional

FolhaPress

01/06/2023 16h54

Foto: Banco de imagens

Matheus Teixeira e Renato Machado

Brasília, DF

O presidente Lula (PT) rejeitou realizar uma reforma ministerial por causa de problemas enfrentados no Congresso Nacional e também afirmou que nunca ouviu pedidos de ministérios por parte do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A declaração foi dada após cobranças do próprio Lira e mesmo de parlamentares da base aliada sobre problemas da articulação política do governo com o Congresso, além queixas de que o Planalto está segurando nomeações para cargos e liberação de emendas. Além disso, outro movimento pede mais espaço para o bloco político do centrão no governo.

“Não está na minha cabeça fazer a reforma ministerial, a não ser que aconteça uma catástrofe que eu tenha que mudar. Mas, por enquanto, o time está jogando melhor que o Corinthians”, disse Lula, após encontro com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö.

O mandatário também afirmou que não recebeu pedido de Lira por ministério, mas não descartou negociar a entrada do PP no governo.

“Não pediram e não poderia pedir porque o PP é um partido de oposição e tem gente que vota com a gente. O PT já teve ministro do PP, o PP teve dois ministérios do governo da Dilma Rousseff. Não é problema, se ele pedisse a gente vai avaliar, mas até agora nunca ouvi Lira pedir ministro”, disse.

Mais cedo, Lula já havia comentado a vitória na votação da MP que estrutura o governo. “Era razoável que a Câmara votasse do jeito que votou”, disse.

Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, mantendo a base do formato desenhado pelo governo Lula.

Os momentos que antecederam à votação, no entanto, foram marcados por muita pressão de parlamentares, que escancararam a divergência com o governo e disseram que seria o “último voto de confiança” ao governo federal.

Lira, em particular, havia lançado uma série de críticas à articulação do governo.

Pouco antes da fala de Lula, Arthur Lira também havia concedido entrevista, na qual afirmou ter feito alertas ao governo da insatisfação dos parlamentares com a relação do Executivo com a Casa e defendeu que o petista dê espaço em seu ministério para mais partidos para aumentar sua base de apoio no Congresso.

Em entrevista à GloboNews na tarde desta quinta-feira (1º), o parlamentar afirmou que o governo federal se predispôs a montar a sua base parlamentar dando ministérios para partidos que o apoiaram na campanha, além de MDB, PSD e União Brasil –e defendeu que é lógico que essa alternativa possa ser usada a outras legendas no intuito de aumentar a base.

“E é lógico que, em uma conversa entre líderes, parte da articulação política ou com o presidente da República ou com o presidente da Câmara, que essa mesma solução seja dada para outros partidos que ele queira [para] aumentar a base. O que há de errado nisso? O que há de diferente nisso? O que há de estranho nisso?”, afirmou Lira.

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