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Política & Poder

Lula diz a jovem negra que ‘afrodescendente assim gosta de um batuque’ e provoca reações

Declaração do presidente ocorreu em evento na Grande SP e gerou críticas nas redes sociais

Redação Jornal de Brasília

03/02/2024 15h22

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Uma declaração de Lula (PT) nesta sexta-feira (2) gerou reações nas redes sociais. Durante evento de anúncio de investimentos da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), o presidente, ao apresentar uma jovem negra que estava no palco, afirmou que “uma afrodescendente assim gosta de um batuque, de um tambor”.

“Essa menina bonita que está aqui, eu estava perguntando o que faz essa moça sentada, que não ouvi ninguém falar o nome dela”, disse Lula. “Eu falei: ela é cantora, ela vai cantar. Aí perguntei, [me responderam] não, não vai ter música. Então ela vai batucar alguma coisa. Uma afrodescendente assim gosta de um batuque, de um tambor. Também não é. Então eu falei nossa, é namorada de alguém. Também não é.”

A jovem havia sido premiada pelo trabalho como aprendiz na Volkswagen. “O que que é essa moça? Essa moça foi premiada como a mais importante aprendiz dessa empresa e ganhou um prêmio na Alemanha”, continuou Lula.

O senador Flávio Bolsonaro (PL) definiu o episódio como racismo, mau-caratismo e desrespeito. “Lula não tem nada de inocente. Ao invés de prestigiar a jovem pelo prêmio, ele a limitou a uma visão preconceituosa e medíocre”, escreveu no X, antigo Twitter”.

“Além de antissemita é racista. Imaginem se a frase tivesse saído de outra boca”, escreveu Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares no governo Bolsonaro, também se manifestou. “Se fosse Bolsonaro, movimento negro, Lázaro Ramos e ministro dos manos estariam a caminho do STF. Como partiu de Lula, é ‘preconceito do amor'”, disse. “A moça ganhou prêmio da Volkswagen. Conquistou o primeiro lugar por mérito e esforço. Não foi batendo tambor.”

Integrantes do movimento negro também consideraram a declaração racista. “Isso aqui tem nome: Racismo. Constrangimento. Fetichismo”, escreveu Jackson Augusto, da Coordenação Nacional do Movimento Negro Evangélico e do grupo PerifaConnection.

O episódio figurava como um dos assuntos mais falados do X neste sábado (3). Lula ainda não respondeu às críticas.

O presidente acumula gafes, ilações e falas preconceituosas desde o período da pré-campanha eleitoral.

Em julho do ano passado, Lula havia sido criticado por ter dito em Cabo Verde, arquipélago africano, que tinha uma “profunda gratidão” ao continente “por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”.

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