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Política & Poder

Lula apresenta defesa ao TSE na investigação do caso do dossiê

Arquivo Geral

01/10/2006 0h00

Gilberto Gil quer continuar como ministro da Cultura num eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou hoje que gostou muito do seu trabalho à frente da pasta nos últimos quase quatro anos.

O músico-ministro chegou para votar por volta das 14h no seleto Gávea Golf Club, view cheapest no bairro de São Conrado, acompanhado de sua esposa, Flora Gil, que estava vestida com uma blusa de apoio à candidata à deputada federal Marina Magessi (PPS), partido da base de sustenção do candidato do PSDB à presidência da República Geraldo Alckmin.

Gil foi saudado por alguns eleitores e deu autógrafos para crianças antes de digitar seu voto. Ele não declarou apoio a nenhum candidato, nem mesmo ao presidente Lula, e disse que decidiria apenas na urna seu escolhido para o governo do estado do Rio de Janeiro.

"A Flora vai votar na Marina" , disse bem-humorado a jornalistas, quando perguntado se o seu voto acompanharia o da esposa. No Rio, o PPS tem Denise Frossard como candidata ao governo estadual.

O ministro avaliou positivamente seu trabalho no MinC e chegou a filosofar sobre a natureza humana, depois de ter afirmado que gostaria de permanecer no cargo. Ele explicou, entretanto, que ainda não conversou com o presidente Lula e que só decidirá diante de um eventual convite.

"Ainda não tenho um convite, então não posso dizer se fico ou não. Existe vontade de continuar, mas também há possibilidades e opções de não ficar", afirmou o ministro, que votou em questão de segundos e logo depois foi embora.

"Gostei muito do trabalho. Tentar coisas, propor coisas, eu não tenho muita dificuldade com a dureza da vida, eu sou muito conformado com o fácil e o difícil, o positivo e o negativo", disse Gil.

"Eu não sou idealista no sentido de que há essa possibilidade de transcender para um estado de beatitude definitiva. Acho que o ser humano é trágico e vai viver na tragédia até que haja disposições gerais de criar uma sociedade humana diferente", acrescentou. 

A presença de Gil foi o destaque de uma zona eleitoral recheada de celebridades do mundo artístico. Além do ministro, a cantora Maria Betânia, a cineasta Carla Camuratti e as atrizes Fernanda Torres, Andrea Beltrão e Rosamaria Murtinho foram alguns dos artistas que chamaram a atenção dos eleitores.

A atriz Fernanda Torres protagonizou um dos momentos mais curiosos da votação no local, quando já na urna percebeu que havia perdido sua "cola" e precisou recorrer ao livro dos candidatos para descobrir o número de seu escolhido.

Após quase cinco minutos de pesquisa e em meio ao riso dos outros eleitores e dos mesários, ela saiu comentando: "Que vergonha!"

 

Advogados do comitê de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram neste domingo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua defesa na investigação instaurada na corte para apurar seu suposto envolvimento em crime eleitoral, capsule segundo informações da assessoria de imprensa do tribunal.

Lula é alvo de uma ação apresentada pela coligação Por Um Brasil Decente, do adversário Geraldo Alckmin (PSDB), que busca cassar sua candidatura. Seus adversários argumentaram que o presidente teria envolvimento na tentativa de negociação de documentos contra candidatos do PSDB, o chamado "dossiê Serra".

Além de Lula, também apresentaram suas defesas o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que também foram acusados por suposto envolvimento no caso.

O processo está sob a responsabilidade do ministro Cesar Asfor Rocha, corregedor-geral do TSE, que decretou sigilo sobre a investigação.

A representação da coligação de Alckmin contra Lula também atinge o ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy, o advogado Gedimar Passos e o empresário Valdebram Padilha, que são investigados por suposta participação na negociação de documentos.

Os dois últimos foram presos pela Polícia Federal, no dia 15 de setembro, num hotel em São Paulo com cerca de R$ 1,7 milhão. O montante seria utilizado justamente na compra do dossiê que vincularia Alckmin e o candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), a irregularidades com recursos da saúde. Os documentos seriam adquiridos do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acusado de ser o líder da chamada máfia das ambulâncias.

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