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Política & Poder

Lira e Ciro Nogueira dizem confiar nas urnas, mas fazem ressalvas bolsonaristas

Em uma de suas falas, Toffoli traçou um panorama histórico das correntes políticas dos governos presidenciais até o atual

FolhaPress

19/08/2022 13h57

Bruno B. Soraggi
São Paulo, SP

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli elogiou a existência de um “centrão”, criticou o excesso de judicialização da política no Brasil e afirmou, em evento nesta sexta-feira (19), que “é uma perda de tempo” discutir sobre a lisura das urnas eletrônicas.

Ele também disse que “não adianta ficar discutindo se vai ter golpe ou não”. “Não vai ter! Temos Forças Armada que sabem muito bem o preço que pagaram quando ficaram no poder por muito tempo”, argumentou.

As falas foram feitas em um debate sobre o equilíbrio entre os poderes organizado pelo grupo de empresários Esfera Brasil.

O ministro Ciro Nogueira e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, foram os outros participantes da mesa.

“Judicializamos muito nesse país. A própria política judicializa a política”, afirmou Toffoli. “Fica parecendo que tudo no Brasil precisa ter um trânsito em julgado para acontecer.”

Na conversa, os debatedores defenderam a independência e harmonia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Pacheco também avaliou estar havendo fumaça onde não há fogo. “Estamos acostumados a criar crises que sequer existem”, disse.

“Estamos vivendo uma democracia plena”, afirmou Ciro Nogueira. “Hoje temos a direita, a esquerda, o centro. Antes não tínhamos o papel da direita, trazido pelo nosso presidente Jair Bolsonaro.”

“Eu mesmo confio nas urnas brasileiras, no sistema eleitoral. Agora, acho que ela não é inviolável para sempre”, seguiu o ministro.

Lira também se disse confiante nas urnas, mas apontou que o processo deve ser “transparente”. “Se o processo é correto, e sabemos que é, então que seja transparência ao máximo”, afirmou.

Em uma de suas falas, Toffoli traçou um panorama histórico das correntes políticas dos governos presidenciais até o atual, com Bolsonaro.

“Com os extremos [Bolsonaro] não teria condição de governabilidade, se aproximou do centro”, disse.
“[Falam] como se o centrão fosse algo pejorativo ou maléfico. Ainda bem que temos um centrão, ou como chamarem, que distenciona e transita entre os extremos e que não prega ódio nem desavenças.”

“Nós não podemos deixar o ódio e a intransigência entrar na nossa sociedade. Não podemos deixar acontecer aqui o que aconteceu na Argentina, onde não há dialogo”, disse ainda Toffoli.

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