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Política & Poder

Lira apela ao agronegócio para pedir vacinas à China

Presidente da Câmara tentou amenizar rusgas criadas pela família Bolsonaro e afirmou que o governo Brasileiro não é composto apenas pelo Executivo

Willian Matos

09/03/2021 11h01

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tomou a iniciativa de pedir à China que negocie a venda de vacinas contra a covid-19 para o Brasil. Nesta terça-feira (9), Lira se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

Lira chegou a apelar ao agronegócio para pedir os imunizantes. “Faço esse apelo para que salvemos vidas de brasileiros, brasileiros que alimentam e salvam vidas de chineses com nossa produção agrícola”, disse o presidente da Câmara, ressaltando que “o governo brasileiro não é apenas o Executivo, mas também o Legislativo e o Judiciário”.

“Se nós não vacinarmos em massa a população brasileira, não sairemos dessa situação grave da pandemia. É importante que tenhamos acesso a todas as vacinas produzidas no mundo."

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

O objetivo de Lira é encontrar uma solução rápida. O presidente lembrou que a China é o país de maior parceria comercial junto ao Brasil, embora tenha tido rusgas com o governo Bolsonaro após o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), criticar o país.

Lira defendeu que os interesses bilaterais “nunca foram nem poderão ser afetados pelas circunstâncias, pelas ideologias, pelos individualismos” e, então, pediu ao governo chinês para ajudar o país a superar a pandemia, “oferecendo os insumos, as vacinas, todo o apoio que este grande parceiro da China precisa neste grave momento.”

Confira a carta na íntegra:

“Carta ao embaixador da China, Yang Wanming:

O governo brasileiro não é apenas o Executivo, mas também o Legislativo e o Judiciário. Portanto, também em nome do governo brasileiro, como presidente da Câmara, gostaria de reafirmar os compromissos permanentes com o governo da República Popular da China, em favor dos interesses dos nossos povos.

Quero dizer que os interesses permanentes dessas duas grandes nações nunca foram nem poderão ser afetados pelas circunstâncias, pelas ideologias, pelos individualismos. Mas apenas e tão somente pelo interesse nacional e pelo bem-estar dos nossos povos. A China é nosso maior parceiro comercial e o Brasil respeita a China, que merece o nosso reconhecimento assim como eu tenho certeza que a China respeita o nosso Brasil.

Neste contexto, embaixador, que eu me dirijo ao governo chinês neste momento de grande angústia para nós brasileiros, para que nossos parceiros chineses tenham um olhar amigo, humano, solidário e nos ajudem a superar a pandemia, oferecendo os insumos, as vacinas, todo o apoio que este grande parceiro da China precisa neste grave momento. Nós sempre estivemos juntos. E sempre estaremos. E esta solidariedade só irá reforçar os laços dos nossos povos, dos nossos interesses e das nossas nações mais do que nunca em nossas histórias.

Faço esse apelo para que salvemos vidas de brasileiros, brasileiros que alimentam e salvam vidas de chineses com nossa produção agrícola. É com compreensão, diálogo e respeito, solidariedade mútua, que iremos reforçar cada vez mais nossos laços. Se nós não vacinarmos em massa a população brasileira, não sairemos dessa situação grave da pandemia. É importante que tenhamos acesso a todas as vacinas produzidas no mundo.

Em nome da Câmara, eu reafirmo este apelo, e que nós encontremos bilateralmente uma solução mais rápida para dar essa resposta ao Povo brasileiro.

Arthur Lira

Presidente da Câmara dos Deputados”.

Frente Parlamentar Brasil-China

Com o mesmo intuito, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) enviou, no último dia 4, carta ao presidente da China, Xi Jinping. No documento, Pinato admite que o Brasil precisa “mais uma vez, de nossos irmãos chineses” e pede parceria para fabricação de insumo farmacêutico ativo (IFA) para produzir vacinas.

“A parceria a qual proponho, uma vez exitosa ao Brasil e à China, poderá
também ser benéfica aos países latino-americanos, permitindo ao Brasil ser um possivel fornecedor, com tecnologia chinesa, de imunizantes aos países da América Latina”, afirma Fausto Pinato em carta.

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