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Política & Poder

Kassio pauta julgamento de mais um bolsonarista cassado pelo TSE

Noventa, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), havia sido cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder econômico

FolhaPress

09/06/2022 19h07

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

José Marques
Brasília, DF

O ministro Kassio Nunes Marques decidiu que levará para análise do plenário virtual da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta sexta (10), a decisão que suspendeu a cassação do deputado federal José Valdevan de Jesus Santos (PL-SE), conhecido como Valdevan Noventa.

Noventa, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), havia sido cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2018.

Na plataforma virtual do Supremo, os ministros publicam os seus votos durante um determinado período, sem discussão presencial. A sessão extraordinária que julgará Valdevan Noventa durará da meia-noite à 23h59 desta sexta.

Votarão apenas, neste caso, os cinco ministros que integram a Segunda Turma: o próprio Kassio, André Mendonça, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

No último dia 2, Kassio decidiu restituir o mandato do deputado federal logo após a decisão que também suspendeu a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR).

A decisão de Kassio sobre Francischini acabou derrubada na última terça-feira (7), por 3 votos a 2, em sessão presencial da Segunda Turma do Supremo.

No caso de Noventa, o PT já havia recorrido tanto à decisão do próprio ministro quanto ao presidente da corte, Luiz Fux, para reverter a decisão de Kassio.

No lugar de Valdevan, havia tomado posse na Câmara o deputado Marcio Macedo (PT-SE). Para o partido, a decisão de Kassio violou a competência do TSE.

Na última terça, os ministros Fachin, Lewandowski e Gilmar votaram pela manutenção da cassação de Francischini. O único ministro que acompanhou o voto de Kassio foi Mendonça. Ambos foram indicados ao STF por Bolsonaro.

No julgamento, Fachin, que é presidente do TSE, disse entender “que a decisão proferida pelo TSE está correta e adequada à ordem jurídica”.

Segundo Fachin, o então candidato disseminou informações falsas com o objetivo de tumultuar o sistema eleitoral, o que seria uma irregularidade grave.

“A existência de um debate livre e robusto de ideias, ainda que muitas vezes intenso e tenso, não compreende o salvo-conduto para agir, falar ou escrever afirmações notoriamente, sabidamente, falsas ou sabidamente sem fundamentos, que só visam tumultuar o processo eleitoral”, disse Fachin.

“Assim, às vezes é necessário repetir o óbvio: não existe direito fundamental em atacar a democracia a pretexto de se exercer qualquer liberdade, especialmente a liberdade de expressão.”

Francischini disse que iria recorrer em outra ação. “Nossa batalha pelo mandato de 427 mil paranaenses não acabou. Tornou-se uma causa muito maior: a luta pela liberdade de expressão de todo cidadão nas redes sociais. Não vão nos calar”, afirmou.

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