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Política & Poder

Jean Paul Prates é o novo presidente da Petrobras

“O Conselho de Administração, em reunião realizada hoje, (…) o elege por unanimidade para o cargo de presidente”, disse a estatal

Redação Jornal de Brasília

26/01/2023 18h05

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O advogado Jean Paul Prates ocupará a presidência da Petrobras, anunciou a petroleira nesta quinta-feira (26), confirmando a nomeação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final do ano passado.

“O Conselho de Administração, em reunião realizada hoje, (…) o elege por unanimidade para o cargo de presidente”, disse a estatal em comunicado.

Advogado com 30 anos de experiência em hidrocarbonetos e energias renováveis, Prates, 54, havia sido escolhido por Lula pouco antes de assumir o seu terceiro mandato como chefe do Executivo brasileiro, em 1º de janeiro.

“Muito me honra a escolha do Presidente Lula que coloca sobre mim a responsabilidade de conduzir uma empresa que é patrimônio de todos os brasileiros”, respondeu, na ocasião, o titular da petroleira, que deve se encontrar com Lula ainda nesta quinta-feira.

Após o anúncio, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram cerca de 2,5% na Bolsa de São Paulo durante a tarde.

O mercado reage com pessimismo diante da possibilidade de uma maior intervenção do Estado na economia e nas empresas públicas durante o mandato de Lula.

Em suas primeiras decisões, Lula freou os processos de privatização de oito estatais, entre elas da Petrobras e dos Correios, iniciados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

À frente da maior estatal do país, com mais de 45,5 mil funcionários e lucro de 106,668 bilhões de reais em 2021, Prates deve propor mudanças na política de preços da petroleira, que fixa o valor dos combustíveis com base no preço internacional do barril.

Antes de sua posse, ele já havia comunicado mudanças nessa fórmula, porém sem dar detalhes sobre qual alternativa irá adotar.

Na terça, o preço da gasolina subiu 7,46% para as distribuidoras, o primeiro ajuste feito sob o novo governo e 45 dias após a última alteração.

Lei polêmica

Prates, então senador pelo PT do Rio Grande do Norte, renunciou ao cargo esta semana para assumir a presidência da Petrobras.

Prates tem mestrados em Economia, Gestão de Petróleo, Gás e Motores, Política Energética e Gestão Ambiental por universidades na França e nos Estados Unidos.

Sua nomeação para comandar a Petrobras ocorre a despeito da vigência da chamada Lei das Estatais, que veta a nomeação para conselho de administração ou gestão das empresas públicas de qualquer pessoa que tenha atuado nos últimos 36 meses em estrutura decisória de partido político.

Uma reforma da lei, que reduziria de 36 meses para 30 dias o período de quarentena, foi aprovada em dezembro na Câmara dos Deputados, mas ficou paralisada no Senado.

O ministério de Minas e Energia havia anunciado a nomeação de Prates em 3 de janeiro. Na terça-feira (24), seu pedido já havia sido aprovado pelo departamento de ética da Petrobras.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, a empresa teve quatro presidentes: Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Coelho (por um mês e meio) e Caio Paes de Andrade.

Bolsonaro destituiu cada um por discordar dos constantes aumentos no preços da Petrobras, que controla o mercado brasileiro de combustíveis.

O movimento sindical, por sua vez, deu as boas-vindas ao novo presidente.

A designação de Prates “representa o início de uma nova era em direção ao crescimento e à retomada do papel da empresa como indutora do desenvolvimento econômico e social do país”, afirmou, em nota, o presidente da Federação Única de Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

© Agence France-Presse

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