A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou, nesta quarta-feira (27), um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para esclarecer sua hospedagem na embaixada da Hungria após a retenção de seu passaporte.
No documento, a defesa afirma ser “ilógico” a sugestão de que a hospedagem seria para uma possível tentativa de fuga das investigações ou pedido de asilo ao país. “Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, diz o ofício.
Na última segunda-feira (25), o jornal The New York Times revelou que o ex-presidente se hospedou por dois dias após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal no âmbito da operação que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Após a denúncia, Moraes, relator das investigações, determinou que a defesa de Bolsonaro explicasse o ocorrido em 48 horas. Segundo o direito internacional, uma embaixada é de soberania do país representado, de maneira que policiais brasileiros apenas poderiam entrar no local com a autorização do governo húngaro.
Ainda de acordo com o documento, a ida de Bolsonaro a embaixada teria objetivos políticos. “[Bolsonaro] sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”, diz o ofício.