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Política & Poder

Ibaneis vira foco dos adversários em debate realizado pela TV Globo

Arquivo Geral

03/10/2018 7h00

Foto: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/AE

Francisco Dutra e
Jorge Eduardo Antunes
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Em ascensão nas pesquisas eleitorais, o advogado Ibaneis Rocha (MDB) recebeu a maioria dos ataques dos candidatos rivais no debate realizado pela TV Globo na noite de ontem. Além dele, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) também foi alvo de pesadas críticas dos adversários.

No primeiro bloco, o tema das perguntas era livre. E Ibaneis Rocha foi o escolhido por Júlio Miragaya (PT), que perguntou sobre a proposta de geração de 100 mil empregos, tomando como base a entrevista dada pelo emedebista ao Jornal de Brasília, na qual promete renúncia fiscal a quem gerar empregos. O petista chamou a proposta de demagógica, dizendo que ela não vai gerar empregos e chamando-o de “Enganeis”. Em resposta, Ibaneis citou a passagem de Miragaya na gestão de Agnelo Queiroz (PT), e reforçou que a proposta.

Ibaneis voltaria a ficar no foco quando Alberto Fraga (DEM) pediu explicações sobre como ele faria uma liberação de R$ 300 milhões para ele mesmo, se eleito. O emedebista ironizou Fraga, negou que os precatórios sejam de responsabilidade do Executivo e disse que abrirá mão dos honorários, para ajudar a reconstruir casas e escolas. E subiu a temperatura, dizendo que Fraga “deixou um rastro de corrupção por onde passou”.

Na sua vez de perguntar, Ibaneis escolheu Fraga e partiu para o ataque, perguntando-o sobre críticas a juiz que o condenou. O deputado federal insinuou que o adversário teria feito andar um processo contra ele. E afirmou que “o dinheiro de Ibaneis vem comprando tudo”. O emedebista não deixou barato e afirmou que Fraga “terá de comprovar as acusações”.

Já o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) também foi atacado pela candidata Fátima Sousa (PSOL), que criticou a política de transporte do GDF e disse que ele “precisa ser mais humano”. Mais tarde, Fátima criticaria Eliana Pedrosa (PROS), pressionando-a a dizer se respeitará a aliança do seu partido com o PT ou se votará em Jair Bolsonaro. Eliana disse que ainda não tinha um candidato a presidente da República.

Temas sorteados

No segundo bloco, os temas eram sorteados pelo mediador Antônio de Castro. E houve confronto quando Rogério Rosso (PSD) questionou o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) sobre uso e ocupação do solo. O pessedista acusou o GDF de promover desocupações violentas, e Rollemberg preferiu citar regularizações realizadas e o fim das invasões na orla do Lago Paranoá, dando uma alfinetada em Alberto Fraga, cuja casa ocupava parte da área desocupada. Rosso, então, lembrou casas derrubadas pelo GDF em Vicente Pires, afirmando que acabará com a Agefis.

Outro momento tenso foi quando Ibaneis Rocha perguntou a Fátima Sousa sobre saúde. Ela criticou o MDB, partido do candidato, pela aprovação do teto de gastos em saúde e educação, enquanto Ibaneis prometeu recuperar a saúde com a ajuda dos servidores. A afirmação irritou a psolista, que pediu a ele que “não brincasse com a saúde”.

O bloco teria ainda uma troca de farpas ideológicas, quando Miragaya perguntou para Rosso sobre concessões públicas. Na resposta, Rosso reafirmou o voto em Jair Bolsonaro, criticando o PT. Na réplica, o petista, além de atacar o projeto de Ibaneis de renúncia fiscal, disse que votar em Bolsonaro é retrocesso, sendo contestado por Rosso, que afirmou que “entre o PT e o novo Brasil, fica com o novo Brasil”.

Discussão de ideias fica em segundo plano

Nos blocos seguintes, o polêmico vídeo de Ibaneis no Assentamento 26 de Setembro, entre Taguatinga e Ceilândia, falando sobre reconstruir casas derrubadas com o “próprio” dinheiro, virou munição nas mãos dos adversários. E Rollemberg teve a imagem de gestor honesto questionada pelo fato de um irmão ter sido indiciado pela Polícia Civil.
Rosso perguntou diretamente para Ibaneis se a fala para a comunidade carente não configura em crime eleitoiral. “Em uma eleição, não podemos aceitar o vale-tudo. Quando você coloca que vai construir com o seu dinheiro é claro que você induz o voto. A gente precisa respeira. Estou vendo que você não respeita”, disparou.

Rollemberg inflamou ainda mais a crítica. “O que ele fez no 26 de Setembro é compra de voto descarada. Descarada”, afirmou. Fátima Sousa também levantou sérias suspeitas quanto a forma de condução de Ibaneis Rocha ao longo da campanha.
O peso das imagens motivo três campanhas a entrar na Justiça Eleitoral para denunciar os ex-presidente da OAB no DF, as de Fraga, Pedrosa e Rosso. Ibaneis respondeu ao bombardeio, alegando que irá se pronunciar no Judiciário. “Os três estão em conluio para esta questão. Então, vou me defender ner na Justiça, com toda tranquilidade”, respondeu Ibaneis, comentando que os rivais de urnas também estão com pendências no Judiciário.

Segundo Ibaneis, a reconstrução das casas derrubadas, dependerá, em primeiro lugar, de uma sindicância na Agefis. E o dinheiro para as obras viria dos precatórios que tem a receber do GDF, orçados em aproximadamente R$ 300 milhões. ”Não iludi qualquer eleitor, como vocês passaram a vida fazendo”, revidou.

Quanto à Rollemberg, Fraga questionou o fato de um irmão do governador ter sido indiciado pela Polícia Civil. Ele alegou que, no processo, os indícios de irregularidades contra o irmão são frágeis. “Nós estamos diante de uma grande armação de parcela da Polícia”, afirmou. O chefe do Executivo ainda criticou a proposta de Eliana Pedrosa de construção de dois novos “estádios”. Ela alegou que são centros esportivos e que Rollemberg distorce os fatos e protagoniza uma gestão inoperante.


Saiba Mais

O debate começou em ritmo mais acelerado, com embates fortes entre candidatos à frente nas pesquisas, em especial Ibaneis Rocha e Alberto Fraga. Hoje na liderança, Ibaneis foi provocado com frequência pelos demais.

Aos poucos, houve mudança de estratégia. Quando havia a livre escolha de adversários, a opção se dirigia aos dois mais ideológicos e também mais afastados da liderança, como Júlio Miragaya e a professora Fátima Souza.

Até há pouco na liderança das pesquisas, Eliana Pedrosa evitou confrontos duros. Ao ser provocada pelo governador Rodrigo Rollemberg sobre sua defesa de novos estádios, Eliana preferiu dar uma resposta técnica sobre verbas do Ministério dos Esportes.

Mesmo nessa etapa menos agressiva, Fraga e Rollemberg conflitaram a respeito de temas como os transportes, em especial quando ambos tentavam faturar obras.

Ser líder e estar em ascensão valeu a Ibaneis Rocha sucessivas citações mesmo em diálogos de que não participava, com os rivais – em especial Rosso, Fraga e Rollemberg – atacando suas posições sem que ele fosse o interlocutor.

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