O apresentador Luciano Huck comentou o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, na manhã desta quinta-feira (22). Em tom de deboche, Huck fez um paralelo com o filme “Alice no País das Maravilhas” para dizer que as declarações de Bolsonaro foram fantasiosas.
“Ouvi com atenção o discurso das autoridades brasileiras. Me pareceu que vivemos em outra dimensão. Alice deve estar estranhando as novas companhias no seu País das Maravilhas”, comentou o apresentador.
Além de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participaram do encontro de líderes promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Promessas do governo
Dentre as promessas feitas por Bolsonaro e Salles, está a de pôr fim ao desmatamento ilegal no Brasil até 2030. O prazo é considerado longo por especialistas. O ministro, então, informou que o trabalho pode ser encerrado antes disso.
Salles falou também sobre o orçamento prometido para as ações de fiscalização do desmatamento. Segundo o Ministro, ainda é preciso uma definido junto ao Congresso. “Porém, o que é possível dizer é que o que houver de disponibilidade, o presidente vai dobrar o recurso”, declarou.
Bolsonaro pediu ainda ajuda de países para o desenvolvimento da Amazônia. “Diante da magnitude dos obstáculos, inclusive financeiros, é fundamental contar com a contribuição de países, empresas, entidades e pessoas dispostas a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas”.
Para Bolsonaro, a Amazônia vive um “paradoxo” porque a região é a mais rica do país em recursos naturais, mas apresenta os piores índices de desenvolvimento urbano. Esse paradoxo, na visão do presidente, é um passo importante para que a região se desenvolva, beneficiando os 23 milhões de habitantes.
“A comunidade internacional terá oportunidade singular de cooperar com a construção de nosso futuro comum”, assegurou o presidente, sem abrir mão dos créditos ao Brasil. “Da mesma forma, é preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta, como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação.”