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Política & Poder

Há falha de comunicação do governo na narrativa da reforma, diz relator

Lindauro Gomes

09/05/2019 11h56

O deputado relator da proposta da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse nesta quinta-feira, 9, em entrevista à Rádio Eldorado, reconhecer que há falhas de comunicação por parte do governo do ponto de vista da narrativa na questão da reforma.

Há, de acordo com ele, muitas pessoas que se aposentaram com 48 anos de idade e que ganham mais de R$ 30 mil por mês. “O presidente atual Jair Bolsonaro é uma dessas pessoas”, disse o secretário, para quem estas injustiças precisam ser corrigidas. “Não é possível uma pessoa se aposentar ganhando R$ 30 mil por mês.”

Sobre a audiência pública na Comissão Especial, na quarta-feira, 8, Moreira disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu apaziguar os ânimos. “A reunião foi muito boa”, comentou.

O deputado afirmou na entrevista que gostaria que a seguridade social tivesse um orçamento à parte, para que o País volte a contar com uma robustez fiscal e corrigir as injustiças, uma vez que o problema da Previdência é fiscal.

Sobre o cronograma de tramitação da proposta da reforma previdenciária na Câmara, Moreira disse que não há atraso e que a Comissão tem até 15 de junho para tratar do assunto.

Ele reforçou a sua convicção sobre a importância da reforma, que entrega anualmente um déficit de R$ 400 bilhões. Mas ponderou que a reforma não será um fim por si só e que, para o Brasil voltar a crescer, outras medidas terão que ser tomadas.

Perguntado sobre que medidas seriam estas outras, o deputado sugeriu que será preciso abrir mercado de bancos para fazer com que as instituições barateiem o juro sobre empréstimos. “Só reforma não vai fazer a economia crescer”, destacou.

O deputado evitou se comprometer com a possibilidade de a reforma levar a uma economia de R$ 1 trilhão, conforme tem defendido o ministro Paulo Guedes e se limitou a dizer que se trata de uma “boa meta” e que a Comissão se esforçará para obter um resultado robusto.

Sobre resistência de algumas categorias à reforma, Moreira disse que defende a idade mínima, que ela é importante, mas que não é o principal. De acordo com ele, algumas categorias podem ser diferenciadas.

Estadão Conteúdo

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