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Política & Poder

Grupo de WhatsApp de empresários bolsonaristas serve para ‘jogar conversa fora’, diz participante

Ele afirma que o grupo é mais um espaço para “jogar conversa fora”, com comentários sobre política, economia e o noticiário

FolhaPress

18/08/2022 22h59

Foto: Reprodução

Joana Cunha
São Paulo, SP

O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra, que é um dos membros do grupo de WhatsApp revelado pelo portal Metrópoles nesta quarta (17) com mensagens de empresários bolsonaristas, diz que jamais houve qualquer articulação de golpe no diálogo dos participantes.

Ele afirma que o grupo é mais um espaço para “jogar conversa fora”, com comentários sobre política, economia e o noticiário.

Segundo Cintra, que é vice na chapa presidencial da União Brasil, não se trata de um grupo de pessoas interessadas em um objetivo comum nem em questões setoriais. O líder de seu partido sinalizou oposição a Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno.

“Como em qualquer outro grupo, sempre tem aqueles mais atuantes, mais presentes. Em um determinado momento, a conversa girou para esse negócio [menção a golpe]”, diz Cintra.

Ele afirma que não lê as mensagens com frequência, mas ficou surpreso ao saber da notícia.

“Eu me surpreendi quando vi a matéria dizer que está acompanhando há muito tempo, dando a entender que esse é um tema recorrente dentro deste grupo. Eu não acompanho muito. Mas só vi falarem sobre esse tema três ou quatro dias atrás, quando isso explodiu e viralizou. Parece que alguém entrou nesse comentário de que preferia ter golpe a Lula ou ao PT. Mas acabou, e ninguém comentou mais nada. Um ou outro riu e continuou assim mesmo”, afirma.

De acordo com o Metrópoles, José Koury, dono do Barra World Shopping (RJ), teria afirmado que a instalação de uma ditadura não traria prejuízos econômicos e um outro empresário teria escrito que o golpe deveria ter acontecido nos primeiros dias de governo.

Cintra afirma que o grupo reúne opiniões diversas e muito críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo ele, após a repercussão, o caso foi tratado como piada dentro do grupo.

“O que me preocupa é: alguém fala uma coisa dessas em uma mesa de bar. De repente, vira uma matéria difundida para milhões de pessoas. Um senador da República faz uma petição ao STF para que abra um processo com quebra de sigilo e prisão. Que sociedade é essa em que estamos vivendo? E o impacto que as coisas têm em um ambiente tão intolerante no Brasil, transformando esses empresários em subversivos, em pessoas tramando contra a República e propondo golpe?”, diz.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) levou petição ao STF nesta quinta (18) para investigar o caso.

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