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Política & Poder

Fundador da Localiza defende projeto de Bolsonaro sobre mineração em terra indígena

Mattar criticou uma manifestação liderada por Caetano Veloso que fez um ato contra os projetos de lei que afrouxam a legislação ambiental

FolhaPress

17/03/2022 13h24

Foto: Ibama

Joana Cunha

O empresário Salim Mattar, fundador da Localiza, sai na contramão de uma parte grande do empresariado e defende a tentativa do governo Bolsonaro de deslanchar a mineração em terras indígenas na Amazônia.

“Opção pelo atraso. Figuras do meio financeiro e instituições de prestígio têm se posicionado contra o projeto de lei 191/2020, que libera exploração de petróleo, gás, minérios e outras atividades em terras indígenas. Inadmissível abandonar as riquezas do subsolo e manter o país pobre”, escreveu em rede social o empresário alinhado a Bolsonaro.

Em outra publicação, dias antes, Mattar criticou uma manifestação liderada por Caetano Veloso que fez um ato em Brasília contra os projetos de lei que afrouxam a legislação ambiental. “Um grupo de artistas de esquerda foi ao STF contra o marco temporal e mineração em terras indígenas. Esperamos que os ministros sejam cuidadosos e sensatos neste julgamento não se deixando influenciar pelas figuras populares que os visitaram. O país precisa explorar suas riquezas”, disse o fundador da Localiza.

O presidente alega que a medida pode ajudar a reduzir a dependência dos fertilizantes importados no momento em que a guerra na Ucrânia expõe a fragilidade no abastecimento do produto.

No entanto, o próprio Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), que tem entre as associadas gigantes como Gerdau, Vale e Mosaic Fertlizantes, divulgou um comunicado afirmando que o projeto de lei não é adequado.

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne as principais associações do agronegócio brasileiro, grandes empresas do setor, bancos, academia e sociedade civil também elaborou uma nota com críticas ao projeto.

Segundo a coalizão, o garimpo em terras indígenas não resolverá eventuais crises de escassez de fertilizantes, ao contrário do que defende o presidente. Além das recentes manifestações públicas em nome de associações empresariais, figuras de peso no setor privado contestam a investida bolsonarista.

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