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Política & Poder

Fuga em presídio de Mossoró teve ajuda interna, acredita Lula

“Obviamente, nós queremos saber como esses cidadãos acabaram em um buraco e ninguém viu. Só faltaram contratar uma escavadeira”

Redação Jornal de Brasília

18/02/2024 8h31

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de Abertura da 37º Cúpula da União Africana, na Sede da União Africana. Adis Abeba – Etiópia. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, neste domingo (18), preocupação com a fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, ocorrida na última quarta-feira (14). Em declarações feitas em Adis Abeba, Etiópia, Lula sugeriu a possibilidade de envolvimento de funcionários da prisão no episódio. “Parece que teve ajuda de dentro,” disse o presidente. “Obviamente, nós queremos saber como esses cidadãos acabaram em um buraco e ninguém viu. Só faltaram contratar uma escavadeira”, acrescentou, aguardando os resultados das investigações para apontar responsabilidades.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, já havia anunciado a abertura de uma sindicância para apurar a possível participação de membros da equipe do presídio na fuga. Lewandowski, enfrentando uma de suas primeiras grandes crises desde que assumiu o cargo, viajou para Mossoró para supervisionar as operações de busca, acompanhado de Gustavo Souza, diretor-geral em exercício da Polícia Federal.

A fuga, um evento sem precedentes em presídios federais brasileiros, levou à mobilização de 300 agentes, incluindo forças policiais federais, rodoviárias e estaduais, na tentativa de recapturar os fugitivos Rogério da Silva Mendonça, também conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, apelidado de Deisinho, ambos ligados ao Comando Vermelho.

Este incidente não apenas gerou uma crise governamental, mas também espalhou temor entre os moradores de Mossoró. O juiz federal Walter Nunes, corregedor da Penitenciária Federal de Mossoró, classificou o ocorrido como o mais grave na história dos presídios de segurança máxima do país.

Os detentos estavam cumprindo pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), caracterizado por normas mais severas que o regime fechado tradicional. O Ministério da Justiça confirmou que duas investigações estão em andamento para determinar as circunstâncias da fuga, uma delas de natureza administrativa e a outra criminal, conduzida pela PF.

Em resposta ao incidente, o Ministério da Justiça solicitou ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos a autorização para convocar mais policiais penais federais aprovados em concurso público, visando reforçar a segurança nas unidades prisionais.

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