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Política & Poder

Fórum de Governadores decide enviar carta a Bolsonaro

Governadores querem se reunir com o presidente na próxima semana

Willian Matos

23/08/2021 13h42

Na reunião que marcou o nono Fórum de Governadores, os chefes de Executivo decidiram que irão enviar uma carta ao presidente Jair Bolsonaro pedindo uma linha direta de diálogo. O encontro debateu medidas de fortalecimento à democracia diante dos atritos ocorridos entre os Poderes nos últimos meses.

Os governadores querem ainda uma reunião com o presidente na próxima semana. “O objetivo é demonstrar a importância de o Brasil ter um ambiente de paz, de serenidade onde possamos garantir a forma de valorização da democracia, mas principalmente criar um ambiente de confiança que permita atração de investimentos, geração de empregos e renda”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

A intenção é “utilizar a força dos governadores que falam em nome da população […] e levar essa fala dos 27 governadores para todos os Poderes constituídos no país”, disse o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Ibaneis Rocha, e seu vice, Paco Britto, recebem a reunião de modo presencial. Wellington Dias (PI) e Marcos Rocha (RO) também participam presencialmente; os outros 21 chefes de Executivo acompanharam por meio de videoconferência.

Por meio de videoconferência, o governador de São Paulo, João Doria, criticou as ameaças cometidas “constantemente” por políticos que se portam contra a democracia, como o presidente Jair Bolsonaro. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, seguiu na mesma linha e citou que é necessário que os estados se somem e se unam.

Para o governador da Bahia, Rui Costa, a postura de Bolsonaro causa uma sobrecarga aos governadores, sobretudo na economia. “Além de ameaçar a democracia, é uma tragédia para emprego, renda, investimentos… é notória uma repercussão desse comportamento do presidente nos investimentos externos do Brasil e o grande prejuízo que isso trouxe para a economia dos estados”, declarou.

Rui Costa disse ainda que Bolsonaro “joga na conta dos governadores os efeitos nefastos desta política econômica federal”. “Se a gasolina está 7 reais hoje, a versão do grupo que segue o presidente é que os responsáveis por isso são os governadores”, afirmou.

Paulo Câmara, governador de Pernambuco, acredita que discussões sobre cloroquina e voto impresso, por exemplo, são promovidas pelo governo federal para cobrir as próprias falhas — a chamada “cortina de fumaça”.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, trouxe contexto histórico relacionado à democracia e falou sobre os riscos das ameaças a este sistema político. “Pessoas armadas na rua não é passeata”, declarou.

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