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Política & Poder

Flávio Bolsonaro divulga vídeo de pastora que reedita acusação contra Lula sobre aborto

A fala de Bolsonaro contradiz a pregação atual do presidente, que afirma ser contra o aborto, tentando usar o tema para atacar Lula

FolhaPress

05/10/2022 18h38

Foto: Pedro França/Agência Senado

Mônica Bergamo
São Paulo, SP

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), compartilhou o vídeo de uma pastora que acusa sem provas o ex-presidente Lula (PT) de pagar sua “própria mulher para matar seu próprio filho”. O conteúdo foi enviado para os mais de 114 mil inscritos em sua lista transmissão do Telegram.

A líder evangélica Thalita Pereira, que tem quase 3 milhões de seguidores no Instagram, recupera peças de campanha disseminadas por Fernando Collor de Mello em 1989 com a acusação contra Lula.

“Eu não entendo como um cristão vota numa agenda, escuta, que o político diz assim: ‘matar um bebê é uma questão de saúde pública’. Como um cristão vota em um homem desse? Como um cristão vota em um homem que ofereceu dinheiro para sua mulher matar o próprio filho?”, afirmou ela.

A pastora disse ainda que não irá “se abster de falar a verdade” e criticou a quantidade de abstenções e votos brancos e nulos na primeira rodada do pleito deste ano. Ela afirmou que esses brasileiros foram “passivos, covarde e não aceitaram a Bíblia como a sua regra de fé e prática”.

O conteúdo foi compartilhado por Flávio Bolsonaro com a seguinte mensagem: “Emocionante! Esse testemunho não é político […]. Você, cristão, não deixe de se posicionar”.

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Jair Bolsonaro já defendeu o direito ao aborto em uma entrevista concedida à revista IstoÉ Gente em fevereiro de 2000. Na mesma entrevista, ele afirmou que sua primeira experiência sexual foi com uma garota de programa e disse que, embora católico, raramente ia à Igreja.

A fala de Bolsonaro contradiz a pregação atual do presidente, que afirma ser radicalmente contra o aborto, tentando usar o tema para atacar Lula (PT). A declaração foi regatada nas redes sociais em meio a guerra religiosa entre as campanhas dos candidatos à Presidência.

Na terça (4), um vídeo de Bolsonaro discursando a maçons voltou a rodar na internet -os termos “maçonaria”, “decepção” e “Bolsonaro satanista” estão na lista dos assuntos mais comentados do Twitter.

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